26/02/2007

Maravilha n.º 1


PONTE ROMANA EM SANDOMILFotografia: Daniel Melo

Sandomil, em tempos sede de Concelho, tinha forçosamente que possuir um edifício da Câmara Municipal, hoje casa brasonada situada no meio da povoação, tendo sofrido obras de restauro e passando a funcionar como casa de habitação.
Nas traseiras da mesma residência e ligando as margens direita e esquerda do rio Alva, existe a imponente e robusta ponte Romana que fora legada a esta terra aquando das invasão dos Romanos e servia a mesma de ligação entre Sandomil e as povoações situadas a Nascente de forma a facilitar a passagem dos exércitos, bem como o acesso das populações limítrofes para aquisição de produtos alimentares.
HISTORIAL DE SANDOMIL
A localidade de Sandomil deveria ter-se iniciado por uma simples aldeia pertencente à então Freguesia de Seia. Mas, se hoje Seia é Concelho, Sandomil já o foi igualmente.
Ora vejamos como isto aconteceu.
Decorriam os tempos conturbados em que viveu o nosso primeiro Rei, D, Afonso Henriques. Dois fidalgos da época, Pedro Pais “Carofa” e Aires Pires, revoltaram-se contra o Rei em 1131 e existem vestígios Romanos que indiciam Sandomil, como pertença de um deles. Foram por ele vencidos entretanto, e Sandomil foi doado a um rico-homem de Baião, D. João Viegas, por carta de 16.05.1131. O Senhorio de Sandomil passou, à morte deste fidalgo, para sua herdeira e filha D. Maria Anes e desta, para seu filho, o rico-homem D. Afonso Peres “Gato”, casado com D. Urraca Fernandes. Esta senhora que era bisneta de Egas Moniz, aio do nosso primeiro Rei, herdou do marido e Senhorio de Sandomil e deu carta de foral à localidade no século XII. Em 1258, Sandomil era pertença de D. Teresa Afonso “ Gata”. Quando Seia recebe foral de D. Afonso Henriques, as terras que constituíam Sandomil, foram englobadas nos direitos concedidos naquele documento. O documento que menciona Sandomil segundo o Reverendo Padre Dr, Quelhas Bigote, na sua “ Monografia de Seia “ data de 1148 e consiste numa doação feita por Salvador Arias e sua mulher ao Mosteiro de Santa Cruz, filial de Santa Cruz de Coimbra e registada no “ Livro Santo “ desse mesmo Convento. Há que fazer ainda referência a um Convento que parece ter existido nas proximidades de Cabeça de Eiras e Corgas, muito da devoção popular e do qual só resta uma memória vinda da tradição oral do povo da região. Esta foi confirmada provavelmente quando se realizaram obras na Capela de S. Cosme - Corgas em 1930. Assim, quando faziam os alicerces para paredes novas, encontraram “ corpos mais ou menos intactos “ e ainda num dos sarcófagos estava um corpo com vestes encarnadas “ In Melo António Herculano da Paixão – revista Interforma, n.º 89. Janeiro de 1991 “. Será que estes corpos pertenceriam aos habitantes do Convento, cuja existência é alimentada por uma lenda? Não se sabe ao certo. O que realmente está provado é que D. Manuel deu foral novo a Sandomil em 10.11.1514, transformando a localidade em Vila, sede de Concelho. Era tão importante que teve pelourinho na praça pública, atestando essa benesse do Rei ( demolido em 1876, segundo Pinho Leal ); além deste monumento o Concelho era dotado de um Juiz Ordinário, Juiz dos Órfãos, Alcaide, Tabelião e, até, uma companhia de Ordenanças. É através deste foral que é possível constactar que D. Urraca Fernandes foi a primeira donatária de Sandomil, já que o primeiro foral desapareceu.

in - http://www.jf-sandomil.com

1 comentário:

O Micróbio II disse...

oxlaNota-se sobretudo a mão de um expert em fotografia... Parabéns!