Título - Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço. O cavaleiro e o
seu tempo.
Autor – João Ferreira da
Fonseca
Prefácio – Tenente-General Alexandre de Sousa
Pinto (Presidente da Comissão Portuguesa de História Militar)
Edição
– Quartzo Editora
Apoio – Câmara Municipal de
Penedono
A apresentação pública do livro decorrerá no
dia 13 de Janeiro (Domingo), pelas 16h00,
no Salão Nobre dos Paços do Concelho de
Penedono.
Sinopse
Como todo o caminho começa com o
primeiro passo, comecei por procurar tudo o que foi escrito sobre o Magriço.
Tudo o que encontrei é de tal forma contraditório que apresenta o cavaleiro como
uma figura antagónica: para uns um cavaleiro audaz, nobre, corajoso, para
outros, um maltrapilho, conflituoso e muito pouco honrado, para outros um
perfeito desconhecido. Qual a razão para isso?
As raízes das contradições
estão ligadas às fontes. As fontes literárias, a partir das quais se construíram
a maioria dos escritos sobre Álvaro Coutinho, fundiram-no a partir de um molde
do cavaleiro andante, errante, aventureiro, perseguidor de causas de honra e
glória. As fontes históricas, por seu lado, muito mais escassas, revelam um
cavaleiro com outro perfil, de filho-segundo afastado da herança de seu pai,
caído em desgraça, que procurou no seu tempo a melhor forma de vida (ou de
sobreviver), mais próxima possível da sua condição nobiliárquica.
No fundo,
eu sabia que encontraria dois homens e que a sua destrinça não seria tarefa
fácil. Por questões metodológicas e por ser esse o objectivo deste estudo,
dividi os assuntos, separando a Literatura da História, deixando de parte as
imagens literárias de Álvaro Coutinho, o magriço, procurando apenas o homem
real.
In Proémio
Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço,
foi um cavaleiro português de raízes beirãs, de figura franzina, mas de forte
carácter, bravura e coragem. Assim o consideravam, os seus
contemporâneos.
Filho do marechal do reino, Álvaro nasceu em berço nobre, nos
finais do século XIV, período de forte actividade militar.
À sombra dos
castelos senhoreados pelos Coutinhos, brincou, cresceu e aprendeu, treinando as
manobras militares indispensáveis ao exercício da cavalaria e ao cumprimento do
dever. Contudo, como filho segundo do chefe da linhagem, a sua vida esteve longe
de ser fácil.
No espaço e no património da sua linhagem, Álvaro Coutinho
nunca conseguiu sobressair como um grande senhor, possuidor de vastos domínios
ou numerosas herdades. Mesmo sem conhecermos o paradeiro do seu tombo de
propriedades, acreditamos que Álvaro nunca teria possuído grandes propriedades,
pelo facto de o encontrarmos a partilhar o usufruto de algumas propriedades
dominiais com o seu pai e partilhar os paços residenciais da sua família. A sua
corte senhorial era modesta, conhecendo-se poucos servidores que se desdobravam
em trabalhos, servindo o Magriço de noite e de dia.
Álvaro
Coutinho beneficiou da presença e da proximidade da sua família ao rei e à sua
corte. Por esse facto, por volta de 1402, tornou-se fidalgo do rei e morador do
paço real.
Mas para além de alma de cavaleiro, Álvaro Coutinho também era
homem. E por isso, amou.
Segundo as crónicas, Álvaro Coutinho viveu um amor
proibido que o fez eivar a lealdade que havia jurado ao seu rei.
O
Magriço, que tinha sido educado para ser absolutamente leal e obediente
a seu pai e ao seu rei! Terá sido verdadeiro esse amor, que justificou tal
desrespeito ao seu senhor? Terá sido por amor ou pelas dificuldades de ser filho
segundo que Álvaro Coutinho partiu em busca de melhor vida, tentando encontrar
uma nova fonte de nobreza, riqueza e prestígio?
in Conclusão
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