11/01/2013

Apresentação pública do livro "Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço. O cavaleiro e o seu tempo"

Título - Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço. O cavaleiro e o seu tempo.
Autor – João Ferreira da Fonseca
Prefácio – Tenente-General Alexandre de Sousa Pinto (Presidente da Comissão Portuguesa de História Militar)
Edição – Quartzo Editora
Apoio – Câmara Municipal de Penedono

A apresentação pública do livro decorrerá no dia 13 de Janeiro (Domingo), pelas 16h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Penedono.

Sinopse
Como todo o caminho começa com o primeiro passo, comecei por procurar tudo o que foi escrito sobre o Magriço. Tudo o que encontrei é de tal forma contraditório que apresenta o cavaleiro como uma figura antagónica: para uns um cavaleiro audaz, nobre, corajoso, para outros, um maltrapilho, conflituoso e muito pouco honrado, para outros um perfeito desconhecido. Qual a razão para isso?
As raízes das contradições estão ligadas às fontes. As fontes literárias, a partir das quais se construíram a maioria dos escritos sobre Álvaro Coutinho, fundiram-no a partir de um molde do cavaleiro andante, errante, aventureiro, perseguidor de causas de honra e glória. As fontes históricas, por seu lado, muito mais escassas, revelam um cavaleiro com outro perfil, de filho-segundo afastado da herança de seu pai, caído em desgraça, que procurou no seu tempo a melhor forma de vida (ou de sobreviver), mais próxima possível da sua condição nobiliárquica.
No fundo, eu sabia que encontraria dois homens e que a sua destrinça não seria tarefa fácil. Por questões metodológicas e por ser esse o objectivo deste estudo, dividi os assuntos, separando a Literatura da História, deixando de parte as imagens literárias de Álvaro Coutinho, o magriço, procurando apenas o homem real.
In Proémio


Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço, foi um cavaleiro português de raízes beirãs, de figura franzina, mas de forte carácter, bravura e coragem. Assim o consideravam, os seus contemporâneos.
Filho do marechal do reino, Álvaro nasceu em berço nobre, nos finais do século XIV, período de forte actividade militar.
À sombra dos castelos senhoreados pelos Coutinhos, brincou, cresceu e aprendeu, treinando as manobras militares indispensáveis ao exercício da cavalaria e ao cumprimento do dever. Contudo, como filho segundo do chefe da linhagem, a sua vida esteve longe de ser fácil.
No espaço e no património da sua linhagem, Álvaro Coutinho nunca conseguiu sobressair como um grande senhor, possuidor de vastos domínios ou numerosas herdades. Mesmo sem conhecermos o paradeiro do seu tombo de propriedades, acreditamos que Álvaro nunca teria possuído grandes propriedades, pelo facto de o encontrarmos a partilhar o usufruto de algumas propriedades dominiais com o seu pai e partilhar os paços residenciais da sua família. A sua corte senhorial era modesta, conhecendo-se poucos servidores que se desdobravam em trabalhos, servindo o Magriço de noite e de dia.
Álvaro Coutinho beneficiou da presença e da proximidade da sua família ao rei e à sua corte. Por esse facto, por volta de 1402, tornou-se fidalgo do rei e morador do paço real.
Mas para além de alma de cavaleiro, Álvaro Coutinho também era homem. E por isso, amou.
Segundo as crónicas, Álvaro Coutinho viveu um amor proibido que o fez eivar a lealdade que havia jurado ao seu rei.
O Magriço, que tinha sido educado para ser absolutamente leal e obediente a seu pai e ao seu rei! Terá sido verdadeiro esse amor, que justificou tal desrespeito ao seu senhor? Terá sido por amor ou pelas dificuldades de ser filho segundo que Álvaro Coutinho partiu em busca de melhor vida, tentando encontrar uma nova fonte de nobreza, riqueza e prestígio?
in Conclusão

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