Serra da Estrela tem nível de vida inferior ao país mais
pobre da UE
Jovens que
partiram para o estrangeiro e não regressaram, a indústria têxtil que foi
definhando, empresas que não se fixam em terrenos agrestes e longínquos. São as
explicações de Carlos Filipe Figueiredo, presidente da Câmara Municipal de
Seia, para que a região da serra da Estrela seja a mais pobre do País, com um
nível de vida reduzido a, praticamente, metade do europeu - 52,1% - e três
vezes inferior ao da Grande Lisboa. Os níveis da capital portuguesa são
comparáveis aos da Irlanda. Já a serra da Estrela está mais próxima da
Bulgária, que tem o nível de vida mais baixo dos 27 Estados membros. Seia é a
maior das três autarquias da região da serra da Estrela. "São concelhos que, na década de 60 e 70, foram muito
fustigados no contexto da emigração. Seia e Gouveia viviam da mini-indústria, o
têxtil, e muitas empresas encerraram após o 25 de Abril. Alguns funcionários
criaram os seus postos de trabalho e outros tiveram de emigrar. Entre os censos
de 2001 e 2011, Seia perdeu 12,4% da população, tendo atualmente 25 mil
habitantes. Se não houver incentivo à fixação de empresas, estes concelhos não
conseguirão resistir à drenagem demográfica", prevê Carlos Figueiredo.
Garante que as autarquias, "cada uma à sua maneira", estão a tomar
medidas para tornar "o território atrativo para viver, visitar e
investir". Seia aposta no património cultural e ambiental, apresentando-se
como "um concelho para quatro estações". No contexto europeu,
Alentejo, Centro, Norte e Açores comparavam-se em 2009 com as regiões do Leste,
da Grécia, do Sul da Itália e da Estremadura espanhola. Apenas a Grande Lisboa
e a Madeira superavam a média europeia, o que a ilha deve ao turismo e às obras
públicas.
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