24/06/2011

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O Prémio Nobel da Paz na Vila de São Romão (Serra da Estrela)

Por Carlos Manuel R. S. Dobreira (Investigador e Professor na EB/S de Vieira de Araújo - Vieira do Minho)


D. Ximenes Belo, Bispo resignatário de Dili – Timor e personalidade laureada com o Prémio Nobel da Paz em 1996, vai estar em São Romão nos dias 25 e 26 de Junho de 2011.

O Prémio Nobel da Paz foi atribuído a D. Ximenes Belo em conjunto com o jurista Ramos-Horta, actual Presidente da República de Timor-Leste, “pelo seu trabalho com vista a uma solução justa e pacífica para o conflito de Timor-Leste (…)”, visando ainda “homenagear o seu contributo constante e enorme empenhamento pessoal em prol de um pequeno mas oprimido povo.[1]

A presença de D. Ximenes Belo integra-se nas Festas em Honra de São Pedro, cuja organização está a cargo da Confraria de Nossa Senhora do Desterro, associada à evocação comemorativa da Tríplice Efeméride (1891 – 2011: 120 anos dos primeiros Estatutos da Confraria conhecidos; 1911 – 2011: 100 anos da reforma dos Estatutos; 1941 – 2011: 70 anos da extinção e refundação da Confraria).

O Bispo estará presente no dia 25 de Junho de 2011, pelas 15:30h, no Salão da Igreja Nova de São Romão, onde participará numa conferência subordinada ao tema “O Associativismo Religioso”. Haverá também um interlúdio musical, um debate e um concerto coral com a presença do Orfeão “Estrela da Serra”, de São Romão.

No dia 26 de Junho de 2011, pelas 15:00h, no Santuário de Nossa Senhora do Desterro, D. Ximenes Belo presidirá à missa campal em honra de São Pedro, seguindo-se a procissão solene, a arrematação das oferendas e um concerto pela Banda da Academia de Santa Cecília, de São Romão.

Figura incontornável na história de Timor e intelectual da Igreja Católica, o laureado defendeu, no passado dia 10 de Junho de 2011, no Mosteiro dos Jerónimos, "uma nova ética civil que tem por base a dignidade da pessoa humana e a igualdade da mesma".

A presença de tão insigne cidadão vem honrar a Vila de São Romão e o seu histórico santuário religioso, já referenciado nos inícios do século XVIII, através de António Carvalho da Costa (1708) e de Agostinho de Santa Maria (1712).[2]



[1] Declaração da Nomeação dos Laureados com o Prémio Nobel da Paz 1996 (Oslo, 11 de Outubro de 1996).

[2] O Padre António Carvalho da Costa refere-se à Senhora do Desterro, na sua Corografia Portuguesa e Descrição Topográfica do Famoso Reino de Portugal…, tomo segundo, Livro Primeiro da Província da Beira, capítulo XVII, página 251. A 1.ª edição data de 1708.

Em relação a Agostinho de Santa Maria, trata-se da obra Santuário Mariano, tomo IV, Título LXVII Da milagrosa Imagem de Nossa Senhora do Desterro, da Vila de São Romão, páginas 538 a 540.

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