30/09/2005

Mentirosos têm um cérebro diferente

O cérebro dos mentirosos é diferente do das pessoas honestas, revela um estudo de uma equipa da University of Southern California. Os cientistas concluíram que aqueles classificados como mentirosos compulsivos têm até 26% mais matéria branca no cérebro do que outros indivíduos. A matéria branca do cérebro transmite informação, enquanto a matéria cinzenta processa-a. Ter maior quantidade de matéria branca do córtex pré-frontal pode ajudar a mentir, acreditam os investigadores, depois de analisarem 49 pessoas.
Perante tal situação poder-se-á dizer que actualmente os milhares de politicos que andam em campanha por todo o país têm 26% mais matéria branca no cérebro do que os outros individuos.

Subscrição da candidatura de José Maria Martins

O colega bloguista José Maria Martins avisa que já está a decorrer o processo de recolha de assinaturas da sua candidatura à Presidência da República. O impresso de subscrição está disponível no sítio oficial da sua candidatura - Dar Voz aos Cidadãos.

29/09/2005

A partir de agora, vale tudo

Chegados que estamos a pouco mais de uma semana das eleições autárquicas e se até aqui a campanha em todo o país vai como vai, com insultos, com mentiras, com promessas que nem George W. Bush sonhava em fazer para a América, então ainda não vimos nada. Vamos entrar na ultima semana de campanha, vão aumentar as mentiras, as queixas crime, os comunicados públicos e os insultos pessoais. Portugal vive do show off, do malabarismo e do ilusionismo, sem querer com isto menosprezar o Luis de Matos, mas o mais ridiculo é que o povo gosta deste género de telenovela, havendo candidatos que se revelam por estas alturas, autênticos actores de pornografia mental. Prometem o impossivel, dão chouriças, bebem uns copos com o povão, dançam ao som de Luis Filipe Reis e Micaela e muitos até à missa vão aos domingos e se os deixassem fazer de padres até isso faziam. Na comunicação social é fácil perceber que o jornal A ou o jornal B defendem este ou aquele candidato, muitas das vezes não que os jornalistas não queiram ser isentos e assim cumprirem com o seu dever de informar coerente e independente, mas porque os directores assim os obrigam e claro há que defender o lugar até porque o país está completamente de tanga e não se pode abusar. Vamos a meio da maré, falta percorrer a outra metade que se adivinha cada vez mais reles, porca e ordinária. Todos os candidatos sem excepção querem é o melhor poleiro e nós povo que queremos soluções para as crises da nossa terra, nada mais nos dão que mentiras.

Paródia militar

NO MESMO momento em que proíbem manifestações de militares - em nome da coesão, da disciplina e do prestígio das Forças Armadas - os chefes de Estado-Maior fecham os olhos à participação activa de vários militares num «reality-show» televisivo com figuras grotescas que parodiam e cobrem de ridículo a imagem da instituição militar. Ora, quem não se dá ao respeito num caso dificilmente reunirá legitimidade para impor respeito no outro...

Com ou sem Bárbara, o naufrágio de Carrilho é inevitável

A entrada de Bárbara Guimarães na campanha de Manuel Maria Carrilho está a preocupar as hostes da candidatura do PSD à Câmara Municipal de Lisboa (CML), liderada por Carmona Rodrigues. Sei que a estrutura de campanha já discutiu informalmente o assunto, ao ponto de considerarem que desde o dia 18 - o dia em que a mulher de Carrilho se estreou na Feira do Relógio - a candidatura do PS "tem tido mais tempo de antena nas televisões."Junto de Carmona Rodrigues fizeram-se medições de audiometria aos vários serviços noticiosos, tentando confirmar esta tese. Dados da Marktest-Mediamonitor, referentes ao período entre 19 e 27 de Setembro, acabam por não confirmar um acréscimo substancial de Carrilho nos vários telejornais por causa de Bárbara.

Roupa lavada


Tomara que a roupa que se vai lavando por esse país fora, ficasse assim tão branca.Seriam umas eleições muito mais interessantes e certamente com menos abstenção, se os políticos aprendessem a lavar a roupa, assim, deixando-a branca e pura.

28/09/2005

Para recordar mais tarde. Talvez no dia da derrota do Dr. Soares nas eleições

Joana Amaral Dias.
Para a maior parte dos portugueses e afins, uma ilustre desconhecida, para outros, uma conhecida deputada do bloco de esquerda e para outros, mais recentemente, conhecida como mandatária da juventude em prol do candidato do PS à Presidência da República.
E é assim que o país vai navegando...
Gostava que me explicasse isto. Pode ser?

Para mais tarde recordar

27/09/2005

Autarca do PSD, morto a tiro

Em Trancoso e devido a um lugar de estacionamento.
O presidente da junta de freguesia de Vila Franca das Naves, concelho de Trancoso (Guarda), Miguel Madeira, do PSD, foi esta terça-feira morto a tiro de caçadeira por um ex-emigrante alegadamente devido um lugar de estacionamento público.
A GNR , sabia que o individuo emigrante ocupava a via pública ilegalmente há já algumas semanas e que já era reincidente em ameaças anteriores que tinha feito. A culpa incidirá apenas sobre o autor dos disparos? Existiu aqui negligência? Vamos esperar para ver quem vai a tribunal.

gotinhas do mar - I


Atiçai-me meu anjo azul,
a este mundo de saudade,
incrédulo e perturbante,
nesta costa do amor;

revejo em si minha dama,
as areias limpidas da verdade,
sinceridade e paixão,
que me deleitam neste oceano azul;

caminho pelas ondas revoltas,
na esperança de te encontrar,
envolta naquela estrela do mar,
dourada e brilhante;

sei que estás lá quando te procuro,
mas sempre para lá caminharei,
eternamente nesta praia,
lusitana de paixão.

26/09/2005

Uma chouriça, um voto


Portugal está cada vez pior...

Fátima e os jornalistas

Até que ponto os media são responsáveis pela dimensão de fenómenos como o regresso de Fátima Felgueiras?
Não é uma pergunta de resposta fácil. O primeiro impulso é dizer que não a dimensão política do caso justifica plenamente a atenção mediática que tem recebido. O problema não é esse. A verdadeira questão está em perguntar se os media conseguem ser mais do que meros retransmissores do espectáculo montado pela autarca. Se fizermos a revisão de alguns episódios televisivos da semana passada, constataremos que as televisões contribuíram para a festa de Fátima, ela própria pensada (e bem) em função do pequeno ecrã. Da libertação no telejornal à conferência de imprensa em directo que, na SIC Notícias, precedeu o debate dedicado a Felgueiras. Quando este começou, um dos candidatos estava fora da mesa e recusava ir ao estúdio, onde apenas se encontrava um dos adversários de Fátima. O pormenor mais interessante era o povo, excitadíssimo porque havia circo. Um comentário em directo de uma felgueirense "Já a vi uma vez, mas não estou satisfeita. Quero vê-la outra vez." Não foi por acaso que Avelino Ferreira Torres se lançou para Amarante a partir da Quinta das Celebridades. Fátima Felgueiras também pertence a este populismo de reality show. Tal como José Castelo Branco, este populismo vive da extravagância, do escândalo e, sobretudo, do ultraje. Fátima Felgueiras não é bem uma salvadora. Essa imagem foi colada e reproduzida nos media por um truque da campanha mediática da regressada. Os cartazes com o refrão de Don't Cry For Me, Argentina eram ostentados pelo povo, que estaria disposto a mostrar o que quer que fosse, desde que as televisões filmassem. O povo de Fátima Felgueiras quer aparecer na televisão. Mas a opinião publicada levou a sério o peronismo Madonna Style e deu-lhe gás, validando a estratégia mediática que consistia em identificar a senhora com Eva Perón. Quem quer ser notícia tem que escandalizar. E nada melhor para o conseguir do que identificar Fátima Felgueiras com uma personagem que simboliza, por excelência, o terceiro-mundismo político.Ao mesmo tempo, no tal debate da SIC Notícias, os adversários de Fátima falam numa enorme crise social no concelho. Também nesse dia, ouvi Carlos Lage dizer o mesmo, na RTPN, sobre o todo da região norte. As notícias que vemos sobre Felgueiras não enfatizam a crise; agarram-se ao espectáculo, que é o que vende, deixam-se conduzir pela tensão do directo. É preciso, de uma vez por todas, que os media tenham a coragem de criar a sua agenda. A alternativa é ir a reboque das agendas dos outros.
Miguel Gaspar

25/09/2005

Rodrigo Guedes de Carvalho em tertúlia


Estive ontem com Rodrigo Guedes de Carvalho, numa tertúlia no Museu Nacional do Pão. Mais que uma tertúlia acabou por ser uma conversa entre amigos e ilustres desconhecidos que aproveitaram a ocasião para interrogar o Rodrigo sobre jornalismo e claro sobre o seu mais recente livro "A casa quieta", do qual vos deixo uma pequena passagem.
"Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba."

O problema das fontes de informação

Um dos jornais diários nacionais de maior tiragem, dizia no dia 31 de Agosto: "Manuel Alegre desiste da corrida presidencial.
Críticas ao PS, ao Governo e a Soares marcaram o discurso do fim do tabu". Na peça que vos deixo em link, pode ler-se ainda: "para Medeiros Ferreira, o mais relevante do discurso do deputado é a "posição responsável" que assumiu, retirando-se a favor do candidato apoiado pelo partido."
Com uma classe politica cada vez mais mentirosa e um jornalismo destes que tudo publica sem esperar pelo apuramento da verdade, que mais podemos esperar?

24/09/2005

Por este mar adentro - I


Todas as semanas escreverei aqui sobre o acontecimento que marcou a semana na nossa República das bananas. Esta semana, começo com...
FÁTIMA FELGUEIRAS:
Assistimos esta semana à chegada de mais uma ilustre deste país, exilada no Brasil há 2 anos, 4 meses e alguns dias devido a acusações de indole criminosa enquanto presidente da câmara da terra com o seu nome. Fugiu, encheram-se folhas de jornais e gastaram-se horas televisivas e radiofónicas durante este tempo todo. O Estado gastou quantias exurbitantes com as suas policias, na caça à mulher com o intuito de a trazer a julgamento. Com todos nós brincou e apareceu quando quis e em tom de ameaças promete julgar o Estado e todos quantos a incriminaram. Bem sei que não é a única presidente de câmara, a cometer os crimes de que é acusada e que se diz inocente, mas se assim é, porque fugiu? Baseada na Constituição da nossa República das bananas, vem agora de cara lavada e novo penteado, dizer a todos nós babácas portugueses, que vai voltar a ser presidente da sua terrinha. Disso não tenho dúvidas e concerteza o será, só pergunto, de que vale a sinceridade de alguns, quando na realidade o povo vota é nos corruptos?

Isto sim é uma "arma" de destruição maciça

Furacão Rita.

Para os seguidores de álá esta é a maior arma de destruição maciça contra os Estados Unidos e os efeitos são os mesmos.
Desalojados,
vitimas mortais
e claro milhares de inocentes mortos.
Tem uma vantagem em relação às armas:
não é preciso gastar 1 único dólar.

Patrões admitem violar lei autárquica

Salário dos candidatos poderá ser reduzido a um terço durante o período da campanha.
Os patrões dizem-se enganados pelos políticos, e ameaçam reduzir os salários dos candidatos autárquicos, pagando apenas um terço relativo ao período oficial da campanha eleitoral, seguindo o que dispõe o Código do Trabalho (CT).A concretização desta ameaça significará a violação da lei orgânica que regula a eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, alterada em 29 de Agosto, cujo artigo 8.º passou a prever o pagamento integral das remunerações durante aquele período. Para a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), houve "falta de ética" por parte dos deputados que aprovaram na Assembleia da República uma norma que derroga o CT, admitindo alegar a insconstitucionalidade daquele artigo.

Regresso a casa

Tá de chuva

23/09/2005

Navios fantasma

O arabesco fantástico do fumo
Do meu cigarro traça o que disseste,
A azul, no ar, e o que me escreveste,
E tudo o que sonhaste e eu presumo.


Para a minha alma estática e sem rumo,
A lembrança de tudo o que me deste
Passa como navio que perdeste,
No arabesco fantástico do fumo...


Lá vão! Lá vão! Sem velas e sem mastros,
Têm o brilho rutilante de astros,
Navios-fantasmas, perdem-se a distância!
Vão-me buscar, sem mastros e sem velas,


Noiva-menina, as doidas caravelas,
Ao ignoto País da minha infância...


Florbela Espanca

Guerras contra a Europa

Graças a uma análise geoestratégica, Alexandre del Valle mostra os objectivos reais da operação Força Aliada, que se inscreve numa "guerra total" dos Estados Unidos contra o resto do mundo e mais especialmente contra a Europa. Isso permite entender entre outros, para além da "guerra das representações", o apoio dado por Washington aos wahhabitas, os conflitos do Cáucaso, da Ásia central, do Kosovo e a operação Tempestade do Deserto, mas também a vontade americana de integrar a Turquia na União Europeia e de apartar a Rússia. A Europa, vassalo voluntário desse sistema mas também cada vez mais vítima, pode aceitar este desafio?

Tanto funcionário público para uma só lâmpada?

Outono

Pablo Neruda


Te recordo como eras no último outono.
Eras a boina cinza e o coração em calma.
Em teus olhos pelejavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caiam na água de tua alma.


Apegada a meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhiam tua voz lenta e em calma.
Figueira de estupor em que minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre minha alma.


Sinto viajar teus olhos e é distante o outono:
boina cinza, voz de pássaro e coração de casa
fazia onde emigravam meus profundos anseios
e caiam meus beijos alegres como brasas.


Céu desde um navio. Campo desde os cerros.
Tua recordação é de luz, de fumaça, de tanque em calma!
Mais além de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam em tua alma.