Vi e ouvi atentamente o programa Prós e Contras do dia 8 de Janeiro em que o tema era a juventude. Dos vários problemas enumerados que foram debatidos, ficou claro que hoje em dia a juventude sai cada vez mais tarde de casa dos pais, ou seja, os pais dão dinheiro aos filhos nalguns casos já na fase adulta, para estes viverem a vida. Ficou claro também, que a nível de empregabilidade os jovens até conseguirem uma estabilidade contratual e profissional passam primeiro por 5 ou 6 empregos além dos famosos recibos verdes e contratos precários. Ao nível de compra ou arrendamento de habitação, os impostos e taxas de juro dos bancos não são nada leves e consta-se que este Governo quer acabar com os incentivos ao arrendamento jovem. Outro dos problemas tem a ver com os jovens licenciados que representam hoje uma boa percentagem do desemprego que se vive em Portugal. Sem dúvida que estes são problemas que existem e até aqui nada a dizer. Por outro lado como pudemos assistir a juventude foi no geral considerada amorfa e pouco interventiva na vida em sociedade. Aqui, foram dadas como exemplo as associações de estudantes que deveriam tentar promover iniciativas activas e pelo contrário existem hoje para se valerem a si próprias mais a um nível de estatuto individual género “eu é que sou o presidente” que, propriamente em se preocuparem em mobilizar o todo. A juventude vive virada para si própria e para os seus interesses pessoais. Esta foi a mensagem que passou com a qual devo dizer que concordo em absoluto, senão vejamos. Em praticamente todos os concelhos existem juventudes partidárias. Pergunto uma vez mais o que é que fazem em prol dos jovens do seu concelho ou mesmo em prol do partido que representam? Quais são as iniciativas que conhecem dos jovens da vossa região? Quais os seus hábitos? Se os hábitos dos jovens da vossa região forem iguais aos dos jovens da minha, o que os diverte ou faz mobilizar são os cafés e as discotecas. Em que é que isso contribui para o enriquecimento do concelho? Em nada. Jovens interventivos conhecem? Poucos ou nenhuns. A preocupação é trabalhar ou estudar, para à noite saírem para os cafés onde debatem futebol, as piadas dos Gato Fedorento, noite e pouco mais. Este é o retrato da juventude em Portugal. Relativamente a este retrato triste, devo dizer que este ficou bem patente na intervenção dos líderes partidários das juventudes que estiveram presentes no programa. Primeiro, falou o representante da JS que hoje passado um dia do programa não me consigo lembrar de uma palavra ou frase dita com algum significado. Posteriormente falou o da JSD que “meu Deus” não sei quem é o mais analfabeto se o da JS ou este. De seguida interveio o líder da juventude Popular, este sim, tocou nalguns aspectos essenciais a mudar nas políticas de juventude actuais, tendo inclusivamente apelado à juventude para “acordar” e ser mais interventiva tanto no seu local de trabalho imprimindo novas ideias e novos ritmos, como também na vida em sociedade e não individual. No final ainda falaram a líder da JC e a coordenadora da juventude do BE que voltaram a colocar na mesa os problemas da falta de apoio na compra ou arrendamento de habitação e no desemprego, assim como nas políticas de educação. Perante este cenário impõem-se novas formas de actuação à juventude Portuguesa, não à mocidade Portuguesa que isso era outra coisa, e, que dêem no dia a dia um contributo mais válido à região onde vivem. Também se sabe que compete aos jovens de 40,50 ou 60 anos que ocupam lugares de chefias e que empregam juventude que sejam mais colaborantes e até que os ensinem a integrar-se no local de trabalho, na própria vida e que mudem de uma vez por todas os seus hábitos do “quero, posso e mando”, pois só com o conhecimento e experiência dos mais velhos é que os jovens de hoje podem ser os homens e mulheres do amanhã e não é criando situações ou tomando atitudes de afastamento dos jovens que os mais velhos vão conseguir impor a sua sabedoria, mas sim, ajudando e ensinando de uma forma civilizada e sábia, até porque, as suas reformas serão asseguradas pelos jovens de hoje e convém que sejam praticados contratos de trabalho dignos com os respectivos descontos para a segurança social e finanças, pois só assim esses jovens de 50 e 60, também poderão assegurar o seu futuro de uma forma tranquila e a sua merecida reforma paga com os nossos descontos. Quem manda, quem ocupa lugares de responsabilidade social, quem representa as populações e quem emite opiniões não se pode esquecer que os jovens precisam de vocês, mas vocês também precisam dos jovens, mas estou a falar de jovens, rapazes e raparigas, que também tenham vontade de colaborar e contribuir para uma sociedade mais interventiva e positiva e não tanto de jovens que passem os dias e as noites nos cafés. Esta actual juventude está cinzenta mas acredito que a neblina passará.
09/01/2007
Juventude cinzenta
Vi e ouvi atentamente o programa Prós e Contras do dia 8 de Janeiro em que o tema era a juventude. Dos vários problemas enumerados que foram debatidos, ficou claro que hoje em dia a juventude sai cada vez mais tarde de casa dos pais, ou seja, os pais dão dinheiro aos filhos nalguns casos já na fase adulta, para estes viverem a vida. Ficou claro também, que a nível de empregabilidade os jovens até conseguirem uma estabilidade contratual e profissional passam primeiro por 5 ou 6 empregos além dos famosos recibos verdes e contratos precários. Ao nível de compra ou arrendamento de habitação, os impostos e taxas de juro dos bancos não são nada leves e consta-se que este Governo quer acabar com os incentivos ao arrendamento jovem. Outro dos problemas tem a ver com os jovens licenciados que representam hoje uma boa percentagem do desemprego que se vive em Portugal. Sem dúvida que estes são problemas que existem e até aqui nada a dizer. Por outro lado como pudemos assistir a juventude foi no geral considerada amorfa e pouco interventiva na vida em sociedade. Aqui, foram dadas como exemplo as associações de estudantes que deveriam tentar promover iniciativas activas e pelo contrário existem hoje para se valerem a si próprias mais a um nível de estatuto individual género “eu é que sou o presidente” que, propriamente em se preocuparem em mobilizar o todo. A juventude vive virada para si própria e para os seus interesses pessoais. Esta foi a mensagem que passou com a qual devo dizer que concordo em absoluto, senão vejamos. Em praticamente todos os concelhos existem juventudes partidárias. Pergunto uma vez mais o que é que fazem em prol dos jovens do seu concelho ou mesmo em prol do partido que representam? Quais são as iniciativas que conhecem dos jovens da vossa região? Quais os seus hábitos? Se os hábitos dos jovens da vossa região forem iguais aos dos jovens da minha, o que os diverte ou faz mobilizar são os cafés e as discotecas. Em que é que isso contribui para o enriquecimento do concelho? Em nada. Jovens interventivos conhecem? Poucos ou nenhuns. A preocupação é trabalhar ou estudar, para à noite saírem para os cafés onde debatem futebol, as piadas dos Gato Fedorento, noite e pouco mais. Este é o retrato da juventude em Portugal. Relativamente a este retrato triste, devo dizer que este ficou bem patente na intervenção dos líderes partidários das juventudes que estiveram presentes no programa. Primeiro, falou o representante da JS que hoje passado um dia do programa não me consigo lembrar de uma palavra ou frase dita com algum significado. Posteriormente falou o da JSD que “meu Deus” não sei quem é o mais analfabeto se o da JS ou este. De seguida interveio o líder da juventude Popular, este sim, tocou nalguns aspectos essenciais a mudar nas políticas de juventude actuais, tendo inclusivamente apelado à juventude para “acordar” e ser mais interventiva tanto no seu local de trabalho imprimindo novas ideias e novos ritmos, como também na vida em sociedade e não individual. No final ainda falaram a líder da JC e a coordenadora da juventude do BE que voltaram a colocar na mesa os problemas da falta de apoio na compra ou arrendamento de habitação e no desemprego, assim como nas políticas de educação. Perante este cenário impõem-se novas formas de actuação à juventude Portuguesa, não à mocidade Portuguesa que isso era outra coisa, e, que dêem no dia a dia um contributo mais válido à região onde vivem. Também se sabe que compete aos jovens de 40,50 ou 60 anos que ocupam lugares de chefias e que empregam juventude que sejam mais colaborantes e até que os ensinem a integrar-se no local de trabalho, na própria vida e que mudem de uma vez por todas os seus hábitos do “quero, posso e mando”, pois só com o conhecimento e experiência dos mais velhos é que os jovens de hoje podem ser os homens e mulheres do amanhã e não é criando situações ou tomando atitudes de afastamento dos jovens que os mais velhos vão conseguir impor a sua sabedoria, mas sim, ajudando e ensinando de uma forma civilizada e sábia, até porque, as suas reformas serão asseguradas pelos jovens de hoje e convém que sejam praticados contratos de trabalho dignos com os respectivos descontos para a segurança social e finanças, pois só assim esses jovens de 50 e 60, também poderão assegurar o seu futuro de uma forma tranquila e a sua merecida reforma paga com os nossos descontos. Quem manda, quem ocupa lugares de responsabilidade social, quem representa as populações e quem emite opiniões não se pode esquecer que os jovens precisam de vocês, mas vocês também precisam dos jovens, mas estou a falar de jovens, rapazes e raparigas, que também tenham vontade de colaborar e contribuir para uma sociedade mais interventiva e positiva e não tanto de jovens que passem os dias e as noites nos cafés. Esta actual juventude está cinzenta mas acredito que a neblina passará.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
12 comentários:
Isto cheira-me ao velho discurso e já bastante gasto do "já não há jovens como antigamente, no meu tempo é que era..."... não vou por aí. Há iniciativas jovens em todos os sectores de actividade, no voluntariado, no desporto... só não vê quem é cego! ... e não vale a pena matizar a juventude com tons de cinza, só porque assim foi pintada num programa que tinha na bancada central 3 velhos e um rapper (como se este fosse o representante da nossa juventude).
Micróbio sabes bem que é assim, por muito que custe aceitar esta triste realidade. Dá-me um exemplo de uma iniciativa dos jovens por exemplo no voluntariado? Não dês volta à cabeça porque não encontras.
Parabéns pelo texto da Juventude Cinzenta.Votos de uma excelente semana,
João Carreira
http://sol.sapo.pt/blogs/joaocarreira/default.aspx
Não encontro? Dou-te o meu exemplo pessoal... com acções de voluntariado na Conchada (entre 1989 e 1992) em Coimbra, com acções de voluntariado na Paradinha (entre 1994 e 1998) em Viseu e no Bairro do Aleixo (em 2000) no Porto. Agora, podes perguntar, e actualmente continua a haver acções de voluntariado com jovens nesses mesmos bairros? E eu respondo-te: sim, continua... e se quiseres levo-te lá!
Como vês não foi preciso dar muitas voltas à cabeça... e tu bem viste durante esta época do Natal, por exemplo iniciativas de jovens futebolistas a invadirem hospitais pediátricos, infantários, etc... com prendas debaixo de braços. São pequenos episódios sem dúvida, mas por muito pequenos que sejam não deixam de ser iniciativas individuais... a não ser que não consideres o Nanni, o Miguel Veloso, o João Moutinho... como elementos jovens da nossa sociedade. A não ser que as "estrelas" não contam!
É preciso é acabar com o tom pessimista que dizem ser característica do povo lusitano,... mas que cada vez mais demonstra ser característica do povo lusitano velho e rabugento que olhará sempre para os jovens como gente preguiçosa... que não são! As generalizações são sempre perigosas!
As estrelas contam. Claro que sim, é pena que seja só no Natal. Eu falo é da juventude no espaço geográfico onde resides, neste caso na Guarda. Dá-me um exemplo. Em Seia que eu me lembre em 2006 houve uma iniciativa que mobilizou jovens que foi feita pelo CISE, Centro de Interpretação da Serra da Estrela e que consisitia em recolher lixo na serra da estrela. Foram apanhadas centenas de quilos de lixo numa acção a meu ver muito bem conseguida. Agora, relativamete a veres jovens a fazer visitas a doentes no Hospital ou mesmo a pessoas acamadas nos domicilios e em jeito de voluntariado, se lhes disseres "venham daí" até fogem. A juventude não tem valores solidários. Grupos de jovens ligados á Igreja, quantos é que no seu plano de actividades têm como prioridade visitar doentes nos hospitais? Conheces algum? Isto são alguns exemplos.
Bom post Luis, que li com redobrado prazer. Partilho muitas das ideias que expressaste. Gostaria só de acrescentar que esta juventude é igual a todas as do passado neste ponto conhecido: são reflexo fiel dos adultos que os formam! Se vires bem, a população activa de hoje, progenitora da juventude de que falas e retratada no programa da RTP, está desorientada, vive a precariedade, o transitório, o consumismo compulsivo, o individualismo solipsista, o desemprego, a competição exacerbada num capitalismo selvagem, etc. etc.
A juventude é predominantemente o que os adultos querem que ela seja: não foi a juventude que inventou, produziu e promoveu produtos de marca nem fast-food, etc. O processo de socialização é de há muito conhecido. Falemos dos adultos e talvez compreendamos melhor a juventude!
Bom 2007 para ti e os teus! Abraço,
ALM
Pela minha experiência como jovem, como jovem adulto, como adulto e professor devo dizer que o pior que se pode fazer é usar um tom condescente. Por exemplo,infelizmente, o que subjaz das "disciplinas" de formação cívica, estudo acompanhado e afins é que a juventude deve ser guiada de uma forma literal para "o caminho certo". Os jovens não querem ouvir, a partir da adolescência, que devem fazer isto ou aquilo. O que se pode demonstrar de uma forma súbtil é que determinadas atitudes, adoptadas para contrariar as gerações mais velhas ou para uma exibição integradora de determinados grupos, não são nada inteligentes e que só os prejudicará directa e indirectamente.
Em parte é verdade que esta geração é mais mimada e pouco autónoma, resultado de um Portugal mais desenvolvido, no sentido ocidental da palavra, mas também é verdade que são bastante mais perspicazes e intuitivos que as gerações anteriores.
É uma evolução natural que devemos acompanhar. Devemos aconselhar os jovens da melhor que pudermos para que a vida no futuro seja, minimamente, sustentável.
Abraço
MF
A juventude é o que é. Portugal é o que é. Seia é o que é.
Afinal de contas, quando acordamos para a vida?
A vidinha são os brandos costumes, viver das aparências, viver acima das possibilidades, etc
A nossa economia, escolas, igreja, tudo está feito em função da mediocridade do senso comum.
Por isso acordem de uma vez por todas para a vida. E olhem que o futuro será risonho, colorido, mais cedo do que o que parece. Pode não ser um futuro solidário hipócrita, mas um futuro em que os que criam riqueza (porque é com isso que todos sobrevivem, saúde e dinheiro) vai pagar para o estado apenas e só ajudas para os reais desfavorecidos, aqueles que os outros rejeitam, porque apenas esses merecem ser ajudados. Não se esqueçam só os rejeitados merecem ser ajudados, para acabar com as hipocrisias.
Olá Oceano!
É verdade que existem assim um número grande de jovens nessas situações e que encaixam na perfeição na "Juventude Cinzenta" mas acredita que há excepções. O importante é não fazer generalizações e dar oportunidade aos jovens que realmente têm um papel activo na sociedade e uma postura crítica perante o que os rodeia. Também muitos jovens (muitos mesmo) que merecem ser aplaudidos e não confundidos com um grupo mais cinzento.
Beijinhos e boa semana!
EuniceTavares
Pelos vistos este tema é muito importante para a juventude como aqui se está a verificar através dos inumeros comentários. É esta critica, esta forma de estar na vida, dando opiniões, debatendo ideias e fazendo o mundo mudar que se espera da juventude. Acção e mais acção porque há capacidade, há gente que pode servir o País, é preciso é sermos menos egoístas e egocentristas.
Enviar um comentário