02/01/2009

O blogue feito pelos seus leitores

SIC NOTÍCIAS SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL NA BEIRA INTERIOR
Vai ser emitida uma reportagem sobre o assunto em epígrafe, com destaque para a situação da indústria têxtil no concelho de Seia, entre outros, no próximo dia 3 de Janeiro de 2009, entre as 17h e as 17h e 30m. A reportagem será também emitida, integrada em blocos informativos da SIC NOTÍCIAS.
Com os cumprimentos de,
Carlos Manuel Ribeiro da Silva Dobreira
* horário passível de alteração.
UM POUCO DE HISTÓRIA

VILA DE SÃO ROMÃO - SERRA DA ESTRELA
150 Anos da Fábrica Camello (1858 – 2008)

A Fábrica de Lanifícios António F. Camello & C.ª, Lda., fundada em 1858, situa-se no Vale do Regato e é herdeira das primeiras instalações fabris construídas, entre 1850 e 1855, por Manuel Camelo e Ana de Gouveia, pais de Manuel Francisco Camelo e avós de António Fernandes Camelo. Segundo fonte documental datada de Outubro de 1881, possuía uma roda hidráulica mista[1]. O equipamento da cardagem (cardação) era composto por uma carduça, duas cardas simples, e um aparato, de construção francesa. Na área da fiação possuía duas fiações mecânicas, correspondente a 480 fusos, também de construção francesa. Na tecelagem tinha uma urdideira, sete teares ordinários (grandes). O “apisoamento”, a tinturaria e a ultimação eram compostos por um pisão de ferro, uma maceira de pau, um caldeiro, duas ramolas, uma percha, uma tesoura longitudinal e uma prensa ordinária. Os recursos humanos eram constituídos por um mestre, dois cardadores maiores de 16 anos e um cardador menor de 16 anos, dois fiadeiros maiores e seis menores, uma urdideira maior, sete tecelões maiores, quatro caneleiros menores, duas “espinçadeiras” maiores, um pisoeiro maior, dois ultimadores maiores e um ultimador menor. O tempo de trabalho situava-se entre as 10 e as 12 horas diárias. No Inverno, havia serões de três horas, remuneradas na proporção do salário (apenas na secção de cardagem). Não se conhecendo o nome original da Fábrica, sabe-se que em 1858 se designava por Manuel Francisco Camello e C.ª, e cerca de 1907, sob o patrocínio de António Fernandes Camelo (filho de Manuel Francisco Camelo), passa a chamar-se por António F. Camello e C.ª. Em 1930, assume o nome de António F. Camello & C.ª, Lda., designação que se mantém.

Carlos Manuel Ribeiro da Silva Dobreira

[1] Construída na Fundição do Ouro, no Porto.

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