26/02/2007

Passeios a norte (I)


A partir de hoje vou começar a publicar aqui neste "nosso" espaço, algumas crónicas e relatos recebidos via e´mail,de Adriano Silva, ilustre escritor, pensador e porque não, filósofo e historiador, do nosso País, colaborador permanente da revista "Pública", jornal "Público" e com escritas em outras honrosas publicações de âmbito nacional. Para os poucos que ainda não sabem, Adriano Silva foi o autor do blog "O BLOG DO ALEX" de grande projecção nacional. O seu primeiro relato que aqui tenho a honra de publicar, foi escrito em 31 de Janeiro e retrata "A TORRE DE GOMARIZ: passado e futuro, (Passeio a Vila Verde I)".



A TORRE DE GOMARIZ: passado e futuro
(Passeio a Vila Verde I)


Apesar do temido frio, mais de 70 pessoas do grupo “Passeios a Norte” reuniram-se, no passado Sábado, dia 27 de Janeiro de 2007, no largo próximo da antiga escola primária de Prado e da Capela de S. Sebastião (ou do Bom Sucesso)
[1]! E o Sol nunca nos deixou! O grupo reúne-se nos últimos sábados de cada mês, sendo o programa de Janeiro visitar a Torre de Gomariz (Cervães)[2], o Santuário do Bom Despacho (também em Cervães) e a vila do Prado.
O grupo foi em procissão automóvel pela estrada de Barcelos (antiga Rua de S. Sebastião, nome da capela próxima) durante uns 4 km até à cortada à direita para Cervães e depois da rotunda, à esquerda, 3 km em paralelo até à torre.
O Sol mal deixava fotografar a capela em condições. Uma senhora interrogou-se sobre a família no brasão na entrada, respondendo eu ser Cunha, uma vez que o brasão tem 9 cunhas, razão pela qual são “armas falantes”
[3]. A senhora disse mesmo assim ser difícil de ver a família, respondendo eu que “as armas podem ser falantes, mas é preciso ter ouvido para ouvir o que elas dizem”.
A senhora disse que os brasões eram complicados, o que eu neguei, dizendo que existem umas 600 famílias nobres em Portugal, nada de mais
[4]. Ela disse estar interessada em saber algo de heráldica! Foi a primeira vez que conheci alguém interessado em brasões!
[1] Ainda visitei a capela antes do início do passeio. O santo estava fora do altar porque a sua festa decorreu na semana anterior.
[2] Na realidade, estava previsto visitar a Torre de Penegate, uma das duas mais imponentes casas-torre do Minho; mas o programa foi alterado.
[3] Outras famílias com armas falantes são os Cabral (2 cabras), os Costa (6 costelas), os Machado (5 machados), os Brandão (5 brandões ou velas), os Seixas (5 seixas ou pombas), etc.
[4] Compare-se este número (600) com as mais de 3000 plantas para identificar em Portugal para se perceber como é muito mais simples.

Eduardo Oliveira tomou a palavra, manifestando a nosso desgosto pelo estado de degradação da casa, da torre e da capela!
A casa-torre foi um conceito como muito sucesso desde o séc. XIII. Note-se que é uma construção sólida, em pedra, quando a Braga do séc. XVI, por comparação, era uma cidade de barro! Além disso, os brasões e as ameias davam a imagem da pessoa pertencer à nobreza.
A torre era uma imagem de prestígio e poder, servindo muitas vezes também como defesa, além de habitação. Precisamente por isso, pela função de defesa, não tinham escadas de pedra (as escadas de madeira em caso de guerra eram facilmente tiradas).

____________________________

[1] Ainda visitei a capela antes do início do passeio. O santo estava fora do altar porque a sua festa decorreu na semana anterior.
[1] Na realidade, estava previsto visitar a Torre de Penegate, uma das duas mais imponentes casas-torre do Minho; mas o programa foi alterado.
[1] Outras famílias com armas falantes são os Cabral (2 cabras), os Costa (6 costelas), os Machado (5 machados), os Brandão (5 brandões ou velas), os Seixas (5 seixas ou pombas), etc.[1] Compare-se este número (600) com as mais de 3000 plantas para identificar em Portugal para se perceber como é muito mais simples.

(continua...)

Sem comentários: