01/12/2009

Crise e governabilidade

1. A situação portuguesa está a deteriorar-se, perigosamente, acho eu, tanto no plano económico-social como político-institucional e moral. E o pior é que assim vai ser muito difícil vencer a crise global de que - atenção! - estamos longe de ter saído. Tanto a União Europeia como nós. Mas não basta fazer o diagnóstico da situação. É necessário um plano estratégico concertado de ataque à crise e, sobretudo, agir em conformidade com ele. Todos os meus leitores sabem que, por natureza, não sou pessimista. Antes pelo contrário. Mas procuro ser realista. Sinto junto das pessoas com que contacto, de todas as condições sociais, do litoral e do interior, que há uma grande incerteza - e mesmo preocupação - quanto ao nosso futuro colectivo. Não estamos ainda perante uma crise de regime, como alguns profetizam, mas para lá caminhamos, se a sociedade civil e, especialmente, os partidos - do Governo e da oposição - não forem capazes de criar um mínimo de concertação para podermos mudar as coisas. Obviamente, com o concurso activo dos parceiros sociais - sindicatos e associações patronais - numa perspectiva dos interesses próprios, mas também, para bem deles, do interesse nacional.
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