LS - Neste ano em que comemora 50 anos de carreira realizou-se a XVI edição do CineEco. Que reflexão faz sobre os filmes enviados a concurso?
LA - Na sua maioria as obras a concurso eram muito boas, de altíssima qualidade e de grande interesse temático. A produção internacional foi, de um modo geral, excelente. A produção lusófona muito interessante, com obras de talento indiscutível e com um interesse crescente da produção da região da Serra da Estrela, por efeito do Festival, e dos Açores, certamente como consequência das muitas extensões deste certamente anualmente ali realizadas.LS - Faz também este ano que se comemoram os 30 anos do seu filme "Manhã Submersa". Quais os motivos porque não brindou os cinéfilos de Seia com a passagem do seu filme extra-concurso?
LA - O Festival, como calculam, não é para exibição dos meus filmes, nem para comemorar efemérides minhas. Mas pode ser que venha a surgir uma sessão especial com o filme, ou até uma semana com uma retrospectiva da minha obra. A ver vamos. Mas isso será sempre integrado na programação normal da Casa da Cultura, se for da sua vontade.LS - Relativamente aos filmes vencedores que consideração faz sobre as abordagens retratadas?
LA - Globalmente foi uma escolha acertada, ainda que, como sempre (cada cabeça sua sentença!), eu não deixaria de fora certas obras que passaram sem menção. Mas compreendo que os filmes eram muitos, quase todos muito bons, e dificilmente se poderiam premiar todos os que o mereceriam. Os próprios Júris o declararam na sessão de encerramento.
LS - Sentiu mais presença do público este ano nas sessões no CISE?
LA - Não estiveram sessões esgotadas mas há cada vez mais público e espectadores mais interessados. O que é muito bom sinal. Ete Festival não é para massas inflamadas, mas para sensibilizar e cativar espectadores para a defesa do ambiente e para o bom cinema. Causas que têm a ver com revoluções de mentalidades e de hábitos, o que se faz lentamente. Mas que se vai fazendo de forma consolidada.LS - Os elementos do júri que nunca estiveram em Seia nesta missão, gostaram de estar em Seia e da forma como foram recebidos?
LA - Seia tem um fascínio muito especial. Os membros dos diferentes Júris e os realizadores, nacionais e estrangeiros, que aqui estiveram saíram encantados, todos prometendo voltar. O Festival é um bom cartaz para a região, e os seus habitantes e o seu património, cultural, histórico e geográfico fazem o resto.LS - Acha viável em futuras edições os filmes a concurso serem projectados além do CISE e Casa da Cultura, em outros locais do Concelho de Seia que reúnam condições para o efeito, como por exemplo associações culturais e recreativas que existem por cá nas nossas freguesias?
LA - Acho que isso já está a ser feito e é uma prática para continuar. Não na altura do Festival, mas posteriormente, com mais calma.LS - Falando da próxima edição em 2011. Que repto deixa aos realizadores e amigos do ambiente?
LA - Que se interessem cada vez mais pelo ambiente e pelo bom cinema. Posso revelar até, em primeira mão, que no próximo ano haverá mesmo um prémio pecuniário especial, só para a produção da região da Serra da Estrela (substituindo um prémio que deixou de ter razão de existir, o de produção não profissional).Posso ainda revelar que, possivelmente no mês de Julho de 2011, vai haver um “workshop” sobre “linguagem cinematográfica e ambiente”, para todos os interessados, alunos, professores, público em geral, dado por mim, com o apoio do fabuloso Alberto Toscano, que colocou a sua quinta do Castelo à disposição. Proximamente darei mais informações, mas aqui ficam estas duas novidades. FOTOS: MARIA EDUARDA
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