Gasolineiras junto à fronteira encerram.
É o drama das gasolineiras portuguesas.Os preços dos combustíveis provocaram já o encerramento de postos de abastecimento em várias localidades de fronteira. O aumento do preço dos combustíveis em Portugal está a provocar alterações no hábitos de consumo dos automobilistas portugueses, que cada vez mais se deslocam a Espanha.
É o drama das gasolineiras portuguesas.Os preços dos combustíveis provocaram já o encerramento de postos de abastecimento em várias localidades de fronteira. O aumento do preço dos combustíveis em Portugal está a provocar alterações no hábitos de consumo dos automobilistas portugueses, que cada vez mais se deslocam a Espanha.
Algarve dá fiado
Com quase meio Algarve a ir já abastecer os carros a Espanha, só os cartões de frota e o regresso do velho «fiado» vão salvando os postos de combustível do Leste da região, onde já há despedimentos. O apelo dos preços nos postos de Espanha - que chegam a menos 40 cêntimos por litro de gasolina do que em Portugal - vem chegando progressivamente às populações mais longínquas da fronteira e chegou nas últimas semanas a Tavira, a 30 quilómetros do Guadiana.
Muito mais próximo da fronteira, em Vila Real de Santo António, Miguel Salas, 38 anos, também da Galp, já teve vários clientes a pôr 50 cêntimos de combustível, o que deverá dar à justa para chegar ao posto da BP do outro lado do Guadiana, a cerca de seis quilómetros de distância por asfalto. Mais pessimista, o seu colega da BP da EN125, próximo da rotunda de Monte Gordo - alguns quilómetros mais afastado da fronteira -, Manuel Godinho, 52 anos, afirma: «Este posto chegou a fazer sete mil contos [35 mil euros] por turno, mas hoje quando fazemos 1.500 euros já é muito», contabiliza, acrescentando que já dois colegas seus tiveram que ser dispensados. Vilar Formoso às moscas O aumento dos combustíveis em Portugal está a ter efeitos graves em Vilar Formoso, com gasolineiras e lojas comerciais praticamente «às moscas» enquanto que em Fuentes de Oñoro (Espanha) se registam «enchentes». Desde que os preços dos combustíveis começaram a ser mais baixos em Espanha, já encerrou uma gasolineira na avenida principal de Vilar Formoso e as duas que ali estão em funcionamento têm clientela reduzida. Um morador disse à Lusa que a Cipol, que apresenta sinais de abandono, lixo acumulado e equipamentos degradados, «já está fechada há cerca de três anos quando os combustíveis ficaram mais baratos em Espanha». Os comerciantes de Vilar Formoso também conhecem os efeitos negativos da concorrência dos vizinhos. O Bazar Espanha está «às moscas» e no seu interior apenas se encontrava a proprietária, Maria de Lurdes, que possui o estabelecimento há 22 anos. «Cheguei a ter quatro empregadas fixas e mais duas eventuais e neste momento estou sozinha e sobro», assegurou à Lusa. «Não há movimento absolutamente nenhum. A culpa é do Governo, que sobe o IVA e os combustíveis e os nossos preços deixam de ser atractivos para os espanhóis», opina. Valença Uma bomba de gasolina em Valença vende, em média, 1.500 litros de combustível por dia, enquanto que uma outra a uns 800 metros de distância, mas já em território espanhol, chega a ultrapassar os 60 mil litros. Esta diferença de movimento em duas bombas apenas separadas por uma ponte internacional explica-se pelos preços que cada uma pratica: em Valença, um litro de gasóleo custava quarta-feira 1,389 euros, enquanto em Tui, Galiza, o preço se ficava pelos 1,288 euros. Ou seja, 10,1 cêntimos de diferença, mais de vinte escudos na moeda antiga. Alentejo: dez postos encerrados «Na zona fronteiriça de Elvas, as pessoas metem cinco euros de gasolina para conseguir passar para Espanha onde enchem os depósitos», relatou João Carpinteiro, responsável da empresa Combustíveis do Alto Alentejo (CAA), que representa 14 postos de abastecimento de combustíveis e faz a distribuição ao domicilio no Alto Alentejo. Uma vez que «há cada vez mais portugueses a abastecer os seus veículos em Espanha», onde os preços praticados são inferiores, João Carpinteiro considera que a situação «está deixar desesperados os empresários portugueses do sector». Em declarações à agência Lusa, o responsável da CAA lembrou que cerca de uma dezena de postos de abastecimento, situados na raia alentejana, já encerraram as portas, em 2007, devido à escalada dos preços dos combustíveis em Portugal.
23-05-2008
Portugal Diário
Muito mais próximo da fronteira, em Vila Real de Santo António, Miguel Salas, 38 anos, também da Galp, já teve vários clientes a pôr 50 cêntimos de combustível, o que deverá dar à justa para chegar ao posto da BP do outro lado do Guadiana, a cerca de seis quilómetros de distância por asfalto. Mais pessimista, o seu colega da BP da EN125, próximo da rotunda de Monte Gordo - alguns quilómetros mais afastado da fronteira -, Manuel Godinho, 52 anos, afirma: «Este posto chegou a fazer sete mil contos [35 mil euros] por turno, mas hoje quando fazemos 1.500 euros já é muito», contabiliza, acrescentando que já dois colegas seus tiveram que ser dispensados. Vilar Formoso às moscas O aumento dos combustíveis em Portugal está a ter efeitos graves em Vilar Formoso, com gasolineiras e lojas comerciais praticamente «às moscas» enquanto que em Fuentes de Oñoro (Espanha) se registam «enchentes». Desde que os preços dos combustíveis começaram a ser mais baixos em Espanha, já encerrou uma gasolineira na avenida principal de Vilar Formoso e as duas que ali estão em funcionamento têm clientela reduzida. Um morador disse à Lusa que a Cipol, que apresenta sinais de abandono, lixo acumulado e equipamentos degradados, «já está fechada há cerca de três anos quando os combustíveis ficaram mais baratos em Espanha». Os comerciantes de Vilar Formoso também conhecem os efeitos negativos da concorrência dos vizinhos. O Bazar Espanha está «às moscas» e no seu interior apenas se encontrava a proprietária, Maria de Lurdes, que possui o estabelecimento há 22 anos. «Cheguei a ter quatro empregadas fixas e mais duas eventuais e neste momento estou sozinha e sobro», assegurou à Lusa. «Não há movimento absolutamente nenhum. A culpa é do Governo, que sobe o IVA e os combustíveis e os nossos preços deixam de ser atractivos para os espanhóis», opina. Valença Uma bomba de gasolina em Valença vende, em média, 1.500 litros de combustível por dia, enquanto que uma outra a uns 800 metros de distância, mas já em território espanhol, chega a ultrapassar os 60 mil litros. Esta diferença de movimento em duas bombas apenas separadas por uma ponte internacional explica-se pelos preços que cada uma pratica: em Valença, um litro de gasóleo custava quarta-feira 1,389 euros, enquanto em Tui, Galiza, o preço se ficava pelos 1,288 euros. Ou seja, 10,1 cêntimos de diferença, mais de vinte escudos na moeda antiga. Alentejo: dez postos encerrados «Na zona fronteiriça de Elvas, as pessoas metem cinco euros de gasolina para conseguir passar para Espanha onde enchem os depósitos», relatou João Carpinteiro, responsável da empresa Combustíveis do Alto Alentejo (CAA), que representa 14 postos de abastecimento de combustíveis e faz a distribuição ao domicilio no Alto Alentejo. Uma vez que «há cada vez mais portugueses a abastecer os seus veículos em Espanha», onde os preços praticados são inferiores, João Carpinteiro considera que a situação «está deixar desesperados os empresários portugueses do sector». Em declarações à agência Lusa, o responsável da CAA lembrou que cerca de uma dezena de postos de abastecimento, situados na raia alentejana, já encerraram as portas, em 2007, devido à escalada dos preços dos combustíveis em Portugal.
23-05-2008
Portugal Diário
1 comentário:
Vale do Minho em versão
copiada de Robert Mugabe
Nas eleições de 31 de Março para a União Empresarial do Vale do Minho (norte de Portugal) apareceram mais votos do que votantes. Será diferente na repetição de 16 de Junho?
Leiam mais em www.noticiaslusofonas.com
Enviar um comentário