25/09/2008

Programa Dia Mundial da Música - Seia

Dia Mundial da Música
27 de Setembro 21h45 Seia – Casa Municipal da Cultura

Programa:

Antonio VIVALDI – As Quatro Estações

§ Concerto Nº 1, “A Primavera”, RV 269, em Mi Maior
§ I – Allegro
§ II – Largo
§ III - Allegro
§ Concerto Nº 2, “O Verão”, RV 315, em Sol menor
§ I – Allegro non molto
§ II – Adagio - Presto
§ III - Presto
§ Concerto Nº 3, “O Outono”, RV 293, em Fá Maior
§ I – Allegro
§ II – Adagio - Presto
§ III - Allegro
§ Concerto Nº 4, “O Inverno”, RV 297, em Fá menor
§ I – Allegro
§ II – Adagio - Presto
§ III - Allegro


Astor PIAZZOLLA – Quatro Estações Portenhas
§ Primavera Portenha – Allegro
§ Verão Portenho – Allegro Moderato
§ Outono Portenho – Allegro Moderato
§ Inverno Portenho – Lento

Intervenientes:

Orquestra Filarmonia das Beiras
Bruno Monteiro, violino
Gonçalo Pescada, acordeão
António Sérgio Ferreira, direcção
Notas de Programa

ANTÓNIO VIVALDI As Quatro Estações

Le Quattro Stagioni (em português, As Quatro Estações) é uma obra composta por quatro concertos para violino e orquestra, criada pelo compositor italiano Antonio Vivaldi, em 1723. O estilo de música patente nesta obra denomina-se música barroca.Cada um dos concertos possui três andamentos, sendo um andamento lento entre dois rápidos.Estes quatro concertos foram originalmente publicados em 1725, incluídos numa colecção de doze concertos de Vivaldi, sob a designação genérica de Il Cimento dell' Armonia e dell' Invenzione (O Confronto da Harmonia e da Invenção). As Quatro Estações correspondem aos primeiros quatro desses doze concertos e traziam já as designações que hoje lhes atribuímos – “A Primavera”, “O Verão”, “O Outono” e “O Inverno”. O editor publicou também no mesmo volume os quatro sonetos – um para cada uma das estações – que inspiraram directamente a composição musical. As várias descrições de cada soneto dividem-se assim, pelos três andamentos de cada concerto: um rápido, um lento e o final rápido, novamente. O mesmo esquema aplica-se a cada concerto. Presume-se que antes de serem publicados os concertos, As Quatro Estações tinham já uma grande divulgação em vários países da Europa através de cópias manuscritas e sabemos que os mesmos eram extremamente apreciados. Vivaldi adopta e adapta com maestria os esquemas usados na época, dando grande vivacidade e dinamismo aos andamentos rápidos fazendo alternar o solista virtuoso e a orquestra e, nos andamentos lentos, constrói melodias extremamente ternas e cativantes. Escritos para serem eventualmente executados pelo próprio compositor como violinista solista, estes concertos conjugam com equilíbrio o diálogo entre o virtuosismo do solista e o apoio narrativo da orquestra.


ASTOR PIAZZOLLA Quatro Estações Portenhas

Evocar a natureza através da música tem sido um dos desejos primordiais de muitos compositores de todas as épocas. Se António Vivaldi nas suas Quatro Estações descreve uma realidade rural, onde a natureza predomina sobre o homem, Astor Piazzolla retrata um cenário urbano, dominado pelo homem e pelos seus conflitos. Incorporando ao tango um pouco de jazz e um pouco de música clássica, Piazzolla conseguiu um resultado formidável e ao mesmo tempo inovador. “Quatro Estações Porteñas” possui uma energia rítmica conduzida e delineada pelas nuances das estações que se sucedem paralelamente na natureza e no espírito humano. A primeira estação a ser composta foi o Verão (1964), surgindo mais tarde o Outono (1969) e só em 1970 a Primavera e o Inverno. Costumam, porém, ser executadas na sequência lógica, começando pela Primavera, como em Vivaldi.

Biografias

ANTÓNIO SÉRGIO FERREIRA Maestro
Iniciou os seus estudos de violino na classe do professor Cunha e Silva, no Conservatório de Música do Porto. Enquanto estudante nesse conservatório, participou no Coro de Câmara do Conservatório de Música do Porto, regido por Lino Gaspar e com ele participou nos concursos da Juventude Musical Portuguesa: do nível médio e superior, tendo conseguido em ambos os níveis o 1º prémio da categoria regional e nacional.Foi membro da Orquestra Portuguesa da Juventude e bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Enquanto aluno do curso de Geografia da Universidade do Porto, fez parte do Orfeão Universitário do Porto integrando e dirigindo alguns dos seus grupos.Concluiu o Curso Superior de Direcção de Coro e Orquestra, onde teve como principais professores: Maestro Manuel Ivo Cruz e Maestro Gerald Kegelmann. Para além destes tem estudado direcção de orquestra com Robert Houlihan, Jim Holmes, Sergei Stadler, e direcção coral com Erwin Ortner e Vasco Pierce de Azevedo, com quem concluiu a Licenciatura na ESML.Trabalhou com o maestro Marc Tardue e a Orquestra Nacional do Porto na preparação da Carmina Burana de Carl Orff. Foi professor do curso livre de bandolim no Conservatório de Música do Porto e Maestro e director artístico da Orquestra de Plectro do Porto. Foi Maestro Assistente da Orquestra do Algarve.Foi professor convidado da disciplina de coro na Universidade de Aveiro.Para além de diversos concertos sinfónicos, dirigiu “Os sete Pecados Mortais” de K. Weill, e o Requiem de Fauré com o Coro Europeu de Estudantes de Medicina.
Dirigiu Haydn e Stravinsky no concerto de abertura do XII Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa.Abriu a IX Semana Internacional de Óbidos, dirigindo a pianista Manuela Gouveia e a Orquestra de Câmara Cascais e Oeiras. Apresentou-se na Casa da Música no Porto dirigindo a Missa das Crianças de John Rutter (estreia em Portugal).Concluiu uma pós graduação em Música Teatral, vertente de Direcção na Universidade de Sheffield. É professor e coordenador da direcção pedagógica no Conservatório de Música de Vila Real, director artístico e Maestro do Coro Clássico do Orfeão Universitário do Porto, director artístico e Maestro do Coro do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Já dirigiu concertos, para além de Portugal Continental e Ilhas, em Espanha, França, Alemanha, Cabo Verde, Índia, Macau, Tailândia, África do Sul, Angola, Letónia, Lituânia e Eslovénia.


BRUNO MONTEIRO Violino
Bruno Monteiro é considerado um dos mais destacados violinistas portugueses da actualidade.
Foi aluno em Portugal de Carlos Fontes, e paralelamente, recebeu a orientação de Gerardo Ribeiro, com quem estudou particularmente em Chicago, como bolseiro das Fundações Gulbenkian e Luso-Americana para o Desenvolvimento.Licenciado em Música pela Manhattan School of Music de Nova Iorque com as mais elevadas classificações, como bolseiro da Fundação Gulbenkian e do Centro Nacional de Cultura, foi nesta instituição discípulo de Patinka Kopec (professora associada a Pinchas Zukerman), Isidore Cohen (ex-violinista do Juilliard String Quartet e do Beaux Arts Trio), Peter Winograd e Laurie Carney (membros do American String Quartet). É Mestre em Música pelo Chicago College of the Performing Arts/Roosevelt University com 20 valores e honras académicas, como bolseiro do Ministério da Cultura/Gabinete das Relações Internacionais e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, onde se aperfeiçoou com Shmuel Ashkenasi (ex-primeiro violino do Vermeer Quartet).Galardoado nacional e internacionalmente e interpretando um repertório que se estende do Barroco aos nossos dias, Bruno Monteiro lidera uma intensa actividade concertística, apresentando-se em recital, como solista com orquestra e em música de câmara nos mais destacados circuitos nacionais de concerto.No estrangeiro, actuou em Espanha (Festivais Internacionais de Música de Cura e Artà), França, Itália, Holanda, Alemanha (Berlin Philharmonie), Dinamarca (Radio Danish Hall de Copenhaga), Filipinas, Malásia, Coreia do Sul e E.U.A (nomeadamente como solista na Casa Italiana Zerilli Marimò e no Carnegie Hall de Nova Iorque).O seu primeiro trabalho discográfico, DEBUT, contendo a Sonata para Violino e Piano em Lá Maior de César Franck e a Sonata para Violino e Piano em Dó menor Op.45 de Edvard Grieg, editado na etiqueta Numérica (NUM1154), foi entusiasticamente recebido pelo público e crítica e encontra-se disponível no mercado português e japonês.Em Setembro deste ano é lançado, igualmente na mesma editora, o seu segundo CD, 20th CENTURY EXPRESSIONS, com a Sonata para Violino e Piano em Ré menor Op.9 de Karol Szymanowski, a Sonata n.1 para Violino e Piano de Ernest Bloch e a Suite Much Ado About Nothing para Violino e Piano Op.11 de Erich Wolfgang Korngold.


GONÇALO PESCADA Acordeão
Gonçalo Pesc ada iniciou os seus estudos musicais no Algarve, que posteriormente prosseguiu no Instituto Musical Matono (Lisboa) com o Professor José António Sousa e na Escola Superior de Artes Aplicadas (Castelo Branco) com o Professor Paulo Jorge Ferreira, onde concluiu a Licenciatura em 2004 recebendo uma distinção de mérito (melhor aluno) pelo seu elevado desempenho escolar. No ano lectivo 2004/2005 frequentou estudos de Pós-graduação em França (CNIMA), sob a orientação pedagógica de Jacques Mornet. Participou em Cursos de Aperfeiçoamento Instrumental dirigidos por professores de renome internacional como Peter Soave, V. Semyonov, Friedrich Lips e V. Zubitsky.Realizou, até à presente data, em vários pontos do País, bem como no estrangeiro, diversos recitais de Acordeão a solo e inúmeros concertos nas diversas formações de música de câmara que tem integrado. Apresentou-se como solista com a Orquestra do Algarve e a Orquestra Utópica e colaborou com os Maestros João Tiago Santos, Osvaldo Ferreira e Cesário Costa. Entre outros, obteve o 1º Prémio no Concurso Nacional de Acordeão (Alcobaça, 1995), 3º Prémio no Concurso Revelação Jovens Músicos (Porto, 2004), o 1º Prémio no Concurso Internacional “Citá di Montese” (Itália, 2004) e o 1º Prémio no Concurso de Interpretação do Estoril (2006). Gravou em 2002 o CD a solo “Intuição”, com um repertório de música clássica, jazz e world music. A crítica aponta-o como «uma das grandes certezas da escola acordeonística nacional» (Diário de Notícias, 14 de Setembro de 2002).


ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRAS

A Orquestra Filarmonia das Beiras nasceu em 1997, no âmbito do programa governamental para a criação de uma rede de orquestras regionais, e deu o seu primeiro concerto no dia 15 de Dezembro desse ano. Desde então, realizou cerca de 1.000 concertos e afirmou-se como instituição de reconhecida importância principalmente na região em que se insere. Para além dos concertos, a sua acção, tendo em atenção a missão assumida pela AMB, abarcou ainda a colaboração intensiva com escolas de música e jovens músicos da região, a organização em 2002, 2003 e 2004 de cursos de Direcção de Orquestra, a realização do projecto Orquital, desenvolvido em parceria com a Universidade de Aveiro, que utiliza as novas tecnologias da comunicação para a sensibilização e educação musicais e que deu lugar a um CD-ROM e um sítio na Internet, e anualmente, em colaboração com autarquias, a efectivação do projecto Música na Escola, que já levou a música a mais de 80 mil crianças do 1.º Ciclo.A par desse seu papel de dinamização e descentralização cultural, a OFB tem-se afirmado no panorama musical português através de importantes participações nos principais festivais de música do país (Algarve, Aveiro, Coimbra, Estoril, Évora, Gaia, Guimarães, Leiria, Póvoa de Varzim, Festa da Música do Centro Cultural de Belém – extensão de Viseu) e no estrangeiro, onde se destacam a ida ao Festival de Guyenne (França) em 1998 e ao Festival de Mérida (Espanha) em 2004. De realçar ainda, a cooperação com outros organismos artísticos ou a participação em importantes co-produções. São estes os casos dos espectáculos no Coliseu de Recreios de Lisboa com a companhia Cirque du Soleil em 2000; da interpretação da música de Bernardo Sassetti para o filme “Maria do Mar” de Leitão de Barros, em 2001 e 2003; da execução da ópera infantil “A floresta”, de Eurico Carrapatoso, numa co-produção com o Teatro Nacional de São Carlos, Teatro São Luís, Teatro Aveirense e Teatro Viriato, em 2004; da colaboração com a Companhia Nacional de Bailado na produção do bailado “Sonho de uma Noite de Verão”, de Heinz Spoerli, com récitas no Teatro Camões em Lisboa, no Europarque de Santa Maria da Feira e no Teatro Romano de Mérida, também em 2004. Em 2006 voltou a OFB a colaborar com a Companhia Nacional de Bailado na produção do bailado “O Lago dos Cisnes” de Piotr Tchaikowsky, sob a direcção de James Tuggle.A Orquestra é regularmente dirigida por alguns maestros estrangeiros e pelos mais conceituados maestros em actividade em Portugal (Gerhard Samuel, James Tuggle, Ernst Schelle, Manuel Ivo cruz, Fernando Eldoro, Vasco Pearce de Azevedo, Jean-Marc Burfin, António Saiote, Cesário Costa, Max Rabinovitsj e Mário Mateus) e tem colaborado com músicos de grande prestígio nacional e internacional, de onde se destacam os violinistas Régis Pasquier, Valentin Stefanov e Wojciech Garbowski, os violoncelistas Irene Lima, Paulo Gaio Lima e Teresa Valente Pereira, os flautistas Patrick Gallois, Felix Renggli e Istavn Matuz, os oboístas Pedro Ribeiro e Alex Klein, os pianistas Pedro Burmester, Jorge Moyano, António Rosado, Miguel Borges Coelho, Bárbara Dória, Gabriela Canavilhas, Adriano Jordão, Anne Kaasa, Valery Starodubrovsky e Valerian Shiukaschvili, os guitarristas Carlos Bonell, Alex Garrobé, Aliéksey Vianna e Jozef Zsapka ou o saxofonista Henk van Twillert, assim como os cantores Elsa Saque, Elisabete Matos, Sílvia Mateus, Elvira Ferreira, Isabel Alcobia, Elsa Cortez, Marisa Figueira, Angélica Neto, Susana Teixeira, Margarida Reis, Maria Ana Vassalo, Carlos Guilherme, Mário Alves, Rui Taveira, Marco Santos, João Rodrigues, João Sebastião, Luís Rodrigues, Jorge Vaz de Carvalho, Armando Possante, José Corvello, Pedro Correia e António Salgado entre outros. Simultaneamente, a OFB tem procurado dar oportunidade à nova geração de músicos portugueses, sejam eles maestros, instrumentistas ou cantores.Dedicando-se normalmente à execução do reportório específico para uma formação clássica, com obras que vão desde o Século XVII ao Século XXI, a OFB tem, sob a Direcção Artística do Maestro António Vassalo Lourenço, dado particular importância à interpretação de música portuguesa, quer ao nível da recuperação do património musical, quer à execução de obras dos principais compositores do século XX e XXI. Aí se incluem estreias de obras e primeiras audições modernas de obras de compositores dos Séculos XVIII e XIX. Neste contexto gravou um CD com orquestrações do compositor João Pedro Oliveira sobre Lieder de Schubert e gravou um outro CD com a Missa para Solistas, Coro e Orquestra de João José Baldi. A vontade de proporcionar novas experiências artísticas ao público tem levado à abordagem de outras áreas musicais como a música para filmes ou o teatro musical, e à colaboração com diversos artistas do panorama nacional e internacional onde se incluem, Maria João, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Dulce Pontes, David Fonseca, Nuno Guerreiro, Mariza, Gilberto Gil, Carlos do Carmo e Alessandro Safina.

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