Informo que no post "Igreja quer impedir aborto de criança de 9 anos" está a existir um curioso debate de ideias. Além de curioso o referido debate está a ser muito produtivo e informativo daí merecer novamente destaque aqui no blogue.
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5 comentários:
Já me cansei de entrar em questões destas que despontam mais argumentos de paixão do que de razão... parecem discussões clubísticas.
De qualquer forma, agradecia que me informassem (porque para a comunicação social o importante era mediatizar a excomunhão... o resto não interessava) quantos anos apanhou o padastro?
Também gostaria de saber porque razão uma simples "excomunhão" causa tanto impacto, principalmente naqueles que nem sequer professam qualquer tipo de religião?
E por último gostaria de saber que culpa têm os gémeos de serem fruto de um crime grotesco? Resolve-se a questão, matando-os? Talvez, para muita gente seja esta a maneira mais cómoda de resolver um assunto...
Caro Luís, lembro um episódio que levaste uma vez para uma sessão de formação... o caso do Beethoven, recordas-te?
Caro Micróbio,
Pensar que é a excomunhão de alguém que preocupa é fugir ao assunto. A questão está no princípio de ser mais grave para determinada religião que abarca milhões de fiéis num país como o Brasil, um aborto de reparação do que um acto como uma violação e a gravidez de uma menor.
A segunda falácia diz respeito à eterna metáfora dos génios que poderiam ser mortos de o aborto fosse livre. Durante a história da humanidade já muitos Beethovens, Mozarts, Bachs ficaram no fosso de orquestra às mãos de parteiras rurais ou urbanas ou fruto das rejeições naturais do corpo.
O que traspira destes desabafos é que há vidas de primeira e vidas de segunda. A pena que faria um Beethoven se houvesse abortos, já qualquer outro com ouvido menos curado para a música ou para o brilhantismo não faz comichões na consciência.
Senense end.
Com mais ou menos sensibilidade nos orgãos auditivos, as respostas não apareceram... achei piada à maneira com que se brinca com as palavras: "aborto de reparação"...
Micróbio, o seu comentário não se distingue especialmente pelas análises racionais e desapaixonadas que parece entender que faltam a estas discussões...
Cá vão as minhas respostas às suas perguntas:
P1: Quantos anos apanhou o padrasto?
R: Não conheço o sistema judicial do Brasil, mas acredita mesmo que já terá acabado o julgamento?
P2: Porque razão uma simples "excomunhão" causa tanto impacto, principalmente naqueles que nem sequer professam qualquer tipo de religião?
R: A esta o senense deu resposta, Micróbio.
P3: que culpa têm os gémeos de serem fruto de um crime grotesco?
R: Nenhuma.
P4: Resolve-se a questão, matando-os?
R: Não.
Estas são as perguntas para que queria resposta, aqui tem as minhas respostas. E agora, faço-lhe eu algumas perguntas:
(1) A sério que estranha o impacto que a "excomunhão" causa, especialmente neste caso? Não compreende que esse impacto resulta não dos efeitos que ela tem naqueles a que é aplicada (criança, família, médicos) mas sim do que ela revela sobre quem a aplicou (igreja brasileira)?
(2) Que culpa tem a criança de ter sido violada?
(3) Resolve-se a questão condenando-a a uma muito provável morte durante o parto? Ou matando a sua infância obrigando-a a uma maternidade para a qual não está claramente preparada física ou psicologicamente?
(4) O Micróbio tem uma filha de nove anos? Talvez isso lhe desse uma perspectiva diferente sobre este assunto. Não necessariamente mais autorizada. Mas diferente.
Quando deixo de vir aqui por 24 horas, perco logo um parte substancial do fio da meada...
Adorei os vossos comentários, apsar de não entrar muito na discussão. digamos que estou a viver a Quaresma.
Conheço bem aquele "PowerPoint" sobre o Beethoven, embora todos façam falta. Há também um parecido, mas quase em sentido inverso que fala de 3 ou 4 pessoas que se portam mal e uma delas que é uma jóia de criatura. Depois, no final, descobrimos que os maus são Churchill e Roosevelt e o bonzinho é Adolf Hitler.
Tudo é muito subjectivo e exige a oabjectividade do caso concreto, o mais possível se possível. Perdoem esta última redondância.
Por outro lado, considero impossível abortos de reparação. Considero apenas como cidadão e agindo friamente, numa infeliz e bizarra comparação com o Direito Administrativo, que há actos que devem ser considerados nulos e nulos significam que não devem produzir qualquer tipo de efeitos.
Mas quem sou eu para decidir sobre a vida dos outros?...
Agradeço a ambos e também ao Luís Silva por toda esta discussão.
Com estima, admiração e votos de um excelente Fim-de-Semana,
João
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