14/03/2010

O Bullying sempre existiu

Começo por perguntar ao leitor se conhece alguma escola onde não existe bullying?
Pressões psicológicas nos intervalos das aulas, ameaças físicas e psicológicas à saída da escola, violência nos autocarros de transporte escolar, roubos de telemoveis, mochilas e outros bens, são o dia-a-dia das e nas nossas escolas de Norte a Sul do País e começa no 1.º ciclo muitas das vezes. Com os telemoveis de nova geração os "grupos" têm agora um novo entertenimento que é fotografarem e filmarem para partilharem na internet expondo sem reservas a privacidade de muitas crianças e jovens vítimas destas violências. Essa partilha por vezes torna-se bem mais grave que a dor física. O termo "bullying" entrou no vocabulário geral, à força da morte de um menino de 12 anos, que se terá lançado às águas do Tua. Os traços da vítima e do agressor tornaram-se, também, algo familiares. Mas neste jogo de forças há um terceiro elemento do qual raramente se fala: o observador. Deixo-vos com um artigo interessante publicado hoje no Jornal de Notícias e que nos fala do Bullying e de um terceiro elemento que é o observador.
O terceiro elemento do bullying
Grupo tem um papel decisivo para a persistência, escalada ou fim das agressões na escola

O termo "bullying" entrou no vocabulário geral, à força da morte de um menino de 12 anos, que se terá lançado às águas do Tua. Os traços da vítima e do agressor tornaram-se, também, algo familiares. Mas neste jogo de forças há um terceiro elemento do qual raramente se fala: o observador. Cerca de 85% dos actos de bullying têm assistência e, enquanto 12% dos espectadores ficam passivos, 15% incentivam e ajudam. Os especialistas defendem que a atitude do grupo é determinante para que se iniciem, agravem ou terminem as agressões. "Estudos mostram que 85% das situações de bullying são presenciadas pelo grupo de pares", afirma ao JN Ana Tomás Almeida, investigadora e professora no Instituto de Estudos da Criança (IEC) da Universidade do Minho. Acrescenta que, "por vezes, o grupo cria situações em que os comportamentos são encorajados, o que leva a que os agressores os mantenham e até endureçam". Cristina Marques, da Escola Secundária Domingos Sequeira, em Leiria, num estudo desenvolvido a partir de uma amostra de 442 alunos do concelho, do 8º ao 10º ano, soube, pela boca dos agressores, que quando eles agem sobre a vítima 15% dos colegas anima e ajuda, enquanto 12%, simplesmente, não faz nada. Algo que pode ser explicado pela popularidade de que, geralmente, se reveste o primeiro, mas também pela ideia que domina o observador: "antes àqueles do que a mim". Foram revelações feitas, ontem, no "2º Encontro com a Educação", uma iniciativa da Câmara da Mealhada. Ana Tomás Almeida acrescenta dois outros factores para os incentivos e a escalada de agressões: "o efeito de contágio e a difusão de responsabildiade pelo grupo". Todavia, a passividade dos espectadores, na maior parte das vezes, não passa sem castigo, pelo menos auto-inflingido. De acordo com Cristina Marques, o observador passivo tem fraca consciência social, ausência de valores de Justiça, mas fortes sentimentos de culpa. E estes levam-no a estados de ansiedade e medo, sobretudo à noite. Por ser um fenómeno de grupo, "qualquer intervenção educativa sobre o bullying tem de ter como alvo a turma", defende Ana Tomás Almeida. E é nas acções preventivas e continuadas que os esforços devem ser concentrados, já que os estudos dão a entender que as medidas punitivas raramente mudam comportamentos, garante. Critica, ainda, as medidas avulsas que "são aplicadas às turmas problemáticas; medidas de carácter remediativo e não preventivo e que cessam quando os problemas diminuem". Cristina Marques sublinha que os professores, em muitos casos, "não sabem como agir, não têm formação e também não têm tempo". Opinião corroborada por Ana Tomás Almeida, confessando que "a maior parte dos professores tem muita dificuldade em saber e ter confiança nas medidas que toma", sendo, por isso, muito importante a formação dos professores. Mas, salvaguarda, "uma formação bem fundamentada em estudos" que vise "actuar no sentido de educar outro tipo de atitudes e valores, aprendendo os jovens a respeitar-se uns aos outros".

1 comentário:

Force Downs disse...

O seeu bloog está ótiimo e admirro muitoo poor o que vc escreveeu para ttodoos nós lermoos !
Inclusive agente o Colégio Cantinho Da Sabedoriia que estamoos trabalandoo o projettoo sobre bullyng !
Joana Karen Silva Santos.
(Nossa Senhora da Glória-SE)