A não perder a intervenção de José Maria Mendes, natural de Figueiró da Serra (Gouveia), que, além de outras habilitações é detentor de Mestrado em Museologia e vai ao programa da TVI precisamente falar sobre o estado actual dos Museus em Portugal. O ex-secretário pessoal de Champalimaud vai falar sobre o Museu Rural de Figueiró da Serra onde se encontra uma réplica de um moínho de água doado no âmbito da realização do filme "Os Últimos Moínhos".
PERCURSO BIOGRÁFICO
José Maria Mendes nasceu em Figueiró a 4 de Maio de 1936.
Terminada a instrução primária, no ano de 1948, graças à interferência do Prof. Porfírio do Nascimento, colocado em Figueiró 4 anos antes, cuja acção foi de uma valia extraordinária para muita gente da sua geração, ingressou no Seminário do Fundão. O acesso ao liceu, por parte dos filhos da generalidade das famílias rurais daquele tempo, era completamente impensável.
Concluídos os estudos preparatórios no Seminário do Fundão, transitou para o Seminário Maior da Guarda. No final do 2º. Ano do curso de filosofia, estava-se em Junho de 1956, contrariando a vontade de todos, vice-reitor, professores, pároco da aldeia e a generalidade dos conterrâneos de então, deixou o seminário perfeitamente consciente do que fazia. Apesar disso, sempre manifestou a maior gratidão pela formação ali recebida.
Após um período problemático, ingressou, em Outubro de 1956, nos quadros da Empreza de Cimentos de Leiria, mãe de um poderoso grupo económico de que se destacavam a Companhia Cimento Tejo, a Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego, a Companhia de Cimentos de Angola, a Companhia de Cimentos de Moçambique, a Siderurgia Nacional, que dava os primeiros passos e, mais tarde engrossado pelo Banco Pinto & Sotto Mayor, empresas seguradoras e outras. A sua entrada na empresa coincidiu com o agravamento das relações entre António Champalimaud e seu irmão Carlos.
1960 marcou a introdução dos concursos na empresa. Por força da excelente preparação recebida no seminário fui progredindo naturalmente e ganhando a confiança do Conselho de Administração e dos quadros dirigentes. Em 1966, encontrava-se no Serviço de Contencioso, o mais apetecido da empresa, como sub-chefe de secção. Ai surgem os primeiros contactos com António Champalimaud.
Entretanto, a situação decorrente do processo judicial, que ficou conhecido como o “Processo da Herança Sommer”, agrava-se e obriga António Champalimaud, a abandonar o país, em Fevereiro de 1969, e a fixar residência no México.
Surpreendentemente, no final de Abril desse ano, António Champalimaud, escolhe-o como seu secretário. Em 9 de Maio, parte para o México onde inicia um período de 4 anos de uma vida intensa, de uma experiência difícil mas extremamente enriquecedora. António Champalimaud era já considerado o maior industrial português, um homem possuidor de uma das maiores fortunas da Europa.
Em Maio de 1970 chegam a Nice, e, em Agosto seguinte, fixam residência em Paris, onde permanecemos até Janeiro de 1971, mês em que se regressam, de novo, ao México. O “exílio” teve o seu fim em Março de 1973. A revolução de Abril veio interromper a colaboração. Por motivos familiares optou por não o acompanhar na sua ida para o Brasil. Pouco tempo depois termina o curso de solicitador e foi nomeado solicitador da Comarca de Lisboa, profissão que deixara em suspenso aquando da partida para o México. Continuou a sua actividade na Cimpor, empresa resultante da nacionalização das empresas cimenteiras portuguesas, onde exerceu funções como quadro superior, nos Serviços Jurídicos, até Setembro de 1996, data da sua reforma. Prosseguiu o exercício da actividade de solicitador que se mostrou altamente gratificante. De salientar a autoria de duas obras sobre sociedades comerciais, editadas pela Livraria Almedina, de Coimbra.
De referir, ainda, que foi, durante cerca de 9 anos, vogal da Comissão de Fiscalização da EPNC, Empresa Pública dos Jornais “Notícias” e ”Capital”, por nomeação do governo de Mota Pinto. Em 2006 decidiu transferir toda a responsabilidade do Escritório para o filho advogado para me dedicar ao estudo da História.
Saliente-se que, como membro da Comissão de Trabalhadores, Delegado Sindical e Presidente do Grupo Desportivo da Cimpor, foi um activista após o 25 de Abril, com enorme influência na vida da Empresa. A sua acção, em conjunto com a de outros colegas da mesma linha de pensamento, muito contribuiu para que esta empresa não tivesse passado por sobressaltos naquele conturbado período pós 11 de Março.
Bairrista desde muito cedo, fundou a Comissão de Melhoramentos de Figueiró logo a seguir ao 25 de Abril, cuja obra principal foi a recuperação do chafariz do Cimo do Lugar. Colaborou com a Junta do tempo na reformulação da rede de esgotos e na aquisição de novas nascentes de água para o abastecimento público. Foi de sua iniciativa a primeira iluminação da festa de Stª. Eufêmia.
Colaborou com a Junta de Freguesia na instalação do Centro de Dia. A sua última iniciativa foi consubstanciada na construção do núcleo museológico, obra cultural que muito honra Figueiró. Desde 1964 que, com a preocupação de marcar o lugar de Figueiró, se tornou colaborador do Notícias de Gouveia, tendo sempre em mente a preocupação de dignificar a aldeia onde nasceu.
Não obstante a sua idade, 73 anos, acabou de concluir, na Universidade Lusófona, de Lisboa, onde foi um aluno de referência, a Licenciatura em História, com a classificação de 17,5 e ainda uma licenciatura minor em Ciência das Religiões, com a mesma classificação.
Vai integrar um grupo de investigadores da Universidade Lusófona, onde concluiu o Curso, e colaborar num Departamento de Investigação sedeado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
De assinalar, também, que foi convidado para fazer parte da ACLUS-Associação da Cultura Lusófona, também com sede na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e da ACSEL-Associação dos Cientistas Sociais do Espaço Lusófono, com sede na Universidade Lusófona, das quais é já sócio e com as quais vai colaborar.
Terminada a instrução primária, no ano de 1948, graças à interferência do Prof. Porfírio do Nascimento, colocado em Figueiró 4 anos antes, cuja acção foi de uma valia extraordinária para muita gente da sua geração, ingressou no Seminário do Fundão. O acesso ao liceu, por parte dos filhos da generalidade das famílias rurais daquele tempo, era completamente impensável.
Concluídos os estudos preparatórios no Seminário do Fundão, transitou para o Seminário Maior da Guarda. No final do 2º. Ano do curso de filosofia, estava-se em Junho de 1956, contrariando a vontade de todos, vice-reitor, professores, pároco da aldeia e a generalidade dos conterrâneos de então, deixou o seminário perfeitamente consciente do que fazia. Apesar disso, sempre manifestou a maior gratidão pela formação ali recebida.
Após um período problemático, ingressou, em Outubro de 1956, nos quadros da Empreza de Cimentos de Leiria, mãe de um poderoso grupo económico de que se destacavam a Companhia Cimento Tejo, a Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego, a Companhia de Cimentos de Angola, a Companhia de Cimentos de Moçambique, a Siderurgia Nacional, que dava os primeiros passos e, mais tarde engrossado pelo Banco Pinto & Sotto Mayor, empresas seguradoras e outras. A sua entrada na empresa coincidiu com o agravamento das relações entre António Champalimaud e seu irmão Carlos.
1960 marcou a introdução dos concursos na empresa. Por força da excelente preparação recebida no seminário fui progredindo naturalmente e ganhando a confiança do Conselho de Administração e dos quadros dirigentes. Em 1966, encontrava-se no Serviço de Contencioso, o mais apetecido da empresa, como sub-chefe de secção. Ai surgem os primeiros contactos com António Champalimaud.
Entretanto, a situação decorrente do processo judicial, que ficou conhecido como o “Processo da Herança Sommer”, agrava-se e obriga António Champalimaud, a abandonar o país, em Fevereiro de 1969, e a fixar residência no México.
Surpreendentemente, no final de Abril desse ano, António Champalimaud, escolhe-o como seu secretário. Em 9 de Maio, parte para o México onde inicia um período de 4 anos de uma vida intensa, de uma experiência difícil mas extremamente enriquecedora. António Champalimaud era já considerado o maior industrial português, um homem possuidor de uma das maiores fortunas da Europa.
Em Maio de 1970 chegam a Nice, e, em Agosto seguinte, fixam residência em Paris, onde permanecemos até Janeiro de 1971, mês em que se regressam, de novo, ao México. O “exílio” teve o seu fim em Março de 1973. A revolução de Abril veio interromper a colaboração. Por motivos familiares optou por não o acompanhar na sua ida para o Brasil. Pouco tempo depois termina o curso de solicitador e foi nomeado solicitador da Comarca de Lisboa, profissão que deixara em suspenso aquando da partida para o México. Continuou a sua actividade na Cimpor, empresa resultante da nacionalização das empresas cimenteiras portuguesas, onde exerceu funções como quadro superior, nos Serviços Jurídicos, até Setembro de 1996, data da sua reforma. Prosseguiu o exercício da actividade de solicitador que se mostrou altamente gratificante. De salientar a autoria de duas obras sobre sociedades comerciais, editadas pela Livraria Almedina, de Coimbra.
De referir, ainda, que foi, durante cerca de 9 anos, vogal da Comissão de Fiscalização da EPNC, Empresa Pública dos Jornais “Notícias” e ”Capital”, por nomeação do governo de Mota Pinto. Em 2006 decidiu transferir toda a responsabilidade do Escritório para o filho advogado para me dedicar ao estudo da História.
Saliente-se que, como membro da Comissão de Trabalhadores, Delegado Sindical e Presidente do Grupo Desportivo da Cimpor, foi um activista após o 25 de Abril, com enorme influência na vida da Empresa. A sua acção, em conjunto com a de outros colegas da mesma linha de pensamento, muito contribuiu para que esta empresa não tivesse passado por sobressaltos naquele conturbado período pós 11 de Março.
Bairrista desde muito cedo, fundou a Comissão de Melhoramentos de Figueiró logo a seguir ao 25 de Abril, cuja obra principal foi a recuperação do chafariz do Cimo do Lugar. Colaborou com a Junta do tempo na reformulação da rede de esgotos e na aquisição de novas nascentes de água para o abastecimento público. Foi de sua iniciativa a primeira iluminação da festa de Stª. Eufêmia.
Colaborou com a Junta de Freguesia na instalação do Centro de Dia. A sua última iniciativa foi consubstanciada na construção do núcleo museológico, obra cultural que muito honra Figueiró. Desde 1964 que, com a preocupação de marcar o lugar de Figueiró, se tornou colaborador do Notícias de Gouveia, tendo sempre em mente a preocupação de dignificar a aldeia onde nasceu.
Não obstante a sua idade, 73 anos, acabou de concluir, na Universidade Lusófona, de Lisboa, onde foi um aluno de referência, a Licenciatura em História, com a classificação de 17,5 e ainda uma licenciatura minor em Ciência das Religiões, com a mesma classificação.
Vai integrar um grupo de investigadores da Universidade Lusófona, onde concluiu o Curso, e colaborar num Departamento de Investigação sedeado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
De assinalar, também, que foi convidado para fazer parte da ACLUS-Associação da Cultura Lusófona, também com sede na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e da ACSEL-Associação dos Cientistas Sociais do Espaço Lusófono, com sede na Universidade Lusófona, das quais é já sócio e com as quais vai colaborar.
foto e percurso biográfico retirado de:
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