03/06/2010

"Um funeral à chuva" gravado na Covilhã

Uma longa-metragem com actores profissionais da televisão e cinema “que podia custar um milhão de euros”, foi feita sem dinheiro: “todos participaram sem receber e agora são donos de uma parte da fita”. “Um Funeral à Chuva” foi gravado na Covilhã em Setembro e Outubro e conta a história de sete amigos, antigos estudantes da Universidade da Beira Interior. “Este filme nasceu com muita paixão de todos os que participam”, que sem apoios financeiros decidiram mesmo assim encontrar uma solução para filmar. “Acreditamos muito na história e já estávamos demasiado entusiasmados. Faltavam apoios financeiros, mas não aguentávamos ficar com o projecto na gaveta”, descreveu. A partir do projecto da Lobby Productions, de que Telmo Martins é um dos fundadores, formou-se um grupo de actores, técnicos e empresas “que investiram com trabalho e equipamento”. “Um Funeral à Chuva” conta nos principais papéis com os actores Alexandre Silva, Hugo Tavares, Pedro Diogo, Pedro Gorgia, João Ventura, Luís Dias, Sandra Santos e Sílvia Almeida. “Aqui ninguém procurou uma oportunidade para entrar no mundo do cinema, porque já o conhecem. Acreditaram no projecto e decidiram participar, com direito a uma percentagem do lucro que o filme venha a ter”, explicou Telmo Martins. “É um risco como outros”, sublinhou, tendo este risco como objectivo “fazer um bom filme para que o panorama do cinema nacional melhore”. Na história, um grupo de antigos amigos estudantes da Universidade da Beira Interior voltam a reunir-se na cidade passados 10 anos por causa da morte de um deles. O realizador acredita que os estudantes se vão rever no filme, mas sublinha que é uma fita para todos os públicos. “Fala da amizade pura entre pessoas e da forma como isso marca as nossas vidas daí para a frente”, sublinhou. O argumento esteve a ser trabalhado durante três anos até chegar à pré-produção em Maio. Se houvesse um orçamento inicial, chegaria “a um milhão de euros”, o que apesar de soar a muito dinheiro, “não é um exagero”, referiu Telmo Martins. “Nos Estados Unidos da América não deve haver filme nenhum feito com um milhão de euros, nem mesmo os filmes low budget [orçamento reduzido]. Mesmo na vizinha Espanha quando se fala num filme um milhão é um valor muito pequeno”, exemplifica. Esperamos estrear em 50 salas na terceira semana de Maio”, procurando depois edições em DVD e distribuição nas bibliotecas vídeo por cabo e satélite. “É preciso dizer isto: não é uma seca de filme português, é divertido. Não quer dizer que seja ‘comercialóide’, sem mensagem. Tem mensagem, fala-se para as pessoas que estão a ver e não para nós que o fizemos”, concluiu. “Um Funeral à Chuva” é a primeira longa-metragem de Telmo Martins, realizador de 30 anos de idade que frequentou o curso de Design Multimédia e algumas disciplinas de Cinema na Universidade da Beira Interior (UBI). Já realizou diversas curtas-metragens desde 2002, algumas das quais premiadas.
consulte o site: www.umfuneralachuva.com
fonte: jornal I

Sem comentários: