13/09/2008

Beiralã está por um fio...

Beiralã lança centena e meia no desemprego
Administração da têxtil anunciou aos trabalhadores que vai pedir a insolvência da empresa
Jornal de Noticias de 2008-09-11
LUIS MARTINS
Após nove meses de incertezas, a Beiralã, uma das maiores empregadoras de Seia, anunciou aos trabalhadores que vai requerer a insolvência da empresa e que já não tem possibilidade de pagar os ordenados de Agosto. Num plenário realizado na segunda-feira, a administração da têxtil, sucessora da histórica Fisel, também admitiu não ter capacidade financeira para continuar a laborar com os actuais 208 empregados. Confrontados com esta situação, entre 150 a 170 operários vão suspender, já na próxima segunda-feira, os seus contratos de trabalho, tendo sido a administração a decidir quem sai. "Os mais novos foram privilegiados", adianta o administrador Rui Cardoso. Para o presidente do Sindicato Têxtil da Beira Alta, esta solução pode ser "uma forma de viabilizar a fábrica, mas é, sobretudo, a garantia de que vão receber os salários ao fim do mês". Carlos João acrescenta que "todos querem evitar passar o que viveram em meados da década de 90, na então Fisel, quando tiveram oito meses de ordenados em atraso". O que ainda não é o caso. Segundo o sindicalista, os vencimentos estão todos pagos, "excepto Agosto", enquanto o subsídio de férias deverá ser liquidado nos próximos dias. Carlos João avisa, no entanto, que esta saída é "temporária", pois o futuro da empresa terá que ficar decidido até ao final do ano: "Se os credores não viabilizarem o plano de recuperação terá que se decretar a sua falência", sentencia. "Este problema já esteve para rebentar no início do ano e em Maio, mas, agora, não há mais 'balões de oxigénio'", garante, recordando as reuniões no IAPMEI e no Ministério da Economia. Sem margem de manobra, a administração não tem outra alternativa que não seja avançar com o pedido de insolvência, ao que tudo indica, ainda este mês. O administrador Rui Cardoso atribui as dificuldades à falta de encomendas, mas também ao facto de a empresa de "factoring" que trabalha com a Beiralã ter suspendido todos os contratos com a têxtil. "Desde Maio que não temos qualquer receita", adianta, dizendo que o assunto está em tribunal. Mesmo assim, o empresário acredita que há condições para viabilizar a empresa, que tem "cinco milhões de euros" de dívidas a fornecedores e à banca. Já Carlos João revela que a ideia da administração é manter apenas 100 trabalhadores no futuro. "É um mal menor. Estes postos de trabalho, em Seia, são tão importantes como mil em Lisboa, porque, aqui, não há alternativas de emprego", diz o sindicalista.
fotografias retiradas de www.beirala.com

A BEIRALÃ NO MUNDO

Visite o site da empresa em: www.beirala.com

1 comentário:

Anónimo disse...

Não sabia que a bandeira nacional já tinha mudado.

Pelos vistos Seia, está situada em Espanha.