28/11/2008

O blogue feito pelos seus leitores

Toda a verdade em livro sobre os voos secretos da CIA

A obra
Rui Costa Pinto revela, pela primeira vez, o que se passou nos bastidores do Governo, dos Media e da Justiça ao longo da investigação jornalística que levou a cabo sobre uma das maiores operações negras da CIA. É um relato documentado sobre censura e o preço que um Jornalista tem de pagar por tentar descobrir a verdade sobre matérias classificadas como Segredo de Estado. O escrutínio dos Serviços de Informações foi o ponto de partida de um percurso solitário e emocionante que permitiu denunciar o transporte de presos ilegais através de território nacional. Enquanto na Europa se descobriu que governantes e espiões colaboraram com os norte-americanos, os portugueses continuam impedidos de aceder à verdade por força de mentiras e de um enorme manto de silêncio. Independentemente das conclusões do Ministério Público, «Voos ‘Secretos’ CIA – Nos Bastidores da Vergonha» é um contributo para a descoberta da verdade, a que os portugueses têm direito, em nome de uma Democracia capaz de enfrentar os seus próprios fantasmas.

O autor
Rui Costa Pinto
47 anos.
Jornalista e Editor.
Frequentou o Instituto de Ciências Políticas de Paris.
Desempenhou diversas funções em Órgãos de Comunicação Social escrita e falada:
• “Diário Económico”
• “Semanário Económico”
• “Diário de Notícias”
• “TDM – Macau”
• “O Independente”
• “Visão”
Publicou o «Caso Universidade Moderna», Dom Quixote, 2004; «Crónicas Modernas (II Volume)», RCP Edições, 2008.


Introdução
Na génese do meu trabalho de investigação, que começou durante o XV Governo Constitucional, liderado por José Manuel Durão Barroso e Paulo Portas, esteve a cobertura noticiosa das alegadas investigações clan­destinas sobre políticos e personalidades dos mais diversos quadrantes, que deram origem a uma forte polémica pública. Com a publicação de um primeiro artigo, despertei e tomei consciência da falta de escrutínio público sobre a regulação e a actividade das ‘Secretas’. Desde então, as sucessivas exonerações, demissões e nomeações ao mais alto nível nos Serviços de Informações, bem como a regulamentação de uma estrutura de cúpula, – SIRP –, passaram a ser objecto da minha atenção jornalística, tendo publicado outros trabalhos para dar conta de mais substituições já durante o mandato do XVI Governo Constitucional, liderado por Pedro Santana Lopes. Após a tomada de posse de José Sócrates, como primeiro-ministro do XVII Governo Constitucional, e ainda antes de ter chegado à conclusão da transferência de um alto quadro da ‘espionagem’ para o seu Gabinete, – José Almeida Ribeiro –, fui tornando pública a devastação fulminante das lideranças do SIED8, SIS9 e DIMIL. Os atentados terroristas, que se sucederam depois do 11 de Setembro de 2001, em Nova Iorque, não eram suficientes para explicar uma tal revolução nas ‘Secretas’ portuguesas, apesar de se ter assistido a uma campanha de amplificação sem precedentes do medo e do terror nos Media. Ainda que tolerando, a custo, a tradicional ‘dança de cadeiras’ em lugares sensíveis ao ritmo dos sucessivos Governos, a partir da eleição da maioria socialista atingiu-se um patamar impensável, que imediatamente começou a ser comentado, inicialmente em surdina, nos bastidores do poder. A dimensão da razia foi tal que, contrariamente ao habitual, acabou por saltar, rapidamente, daquele microcosmos para a opinião pública. A grosseria política ultrapassou todos os limites da tradição democrática. O controlo dos Serviços de Informação sempre foi uma aspiração política de alguns governantes. Durão Barroso e José Sócrates encaixam-se, perfeitamente, neste triste desiderato, de acordo com a minha percepção sobre os seus respectivos perfis pessoais e políticos. De facto, um começou e o outro concluiu uma alteração que deixou os ‘Serviços’ sob a dependência do primeiro-ministro, e com meios para encetar qualquer tipo de acção, repito, qualquer tipo de acção. O projecto de poder pessoal começou por ser uma pista de investi­gação válida, mas rapidamente cheguei à conclusão que tinham de existir outras razões para um tal controlo desenfreado, num tão curto espaço de tempo, ao qual não escaparam os Órgãos de Polícia Criminal, entre muitos outros Departamentos do Estado.
Tinha de haver uma explicação. Mas qual? (...)

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