07/07/2007

Umas no cravo, outras na ferradura...

As novas politicas que se avizinham relativas à alteração do código do trabalho, nomeadamente o horário semanal passar das 40 horas para as 48 horas, entre outras já aqui anunciadas anteriormente, têm tanto de curiosas como de contraditórias. Ora, se o horário de trabalho semanal passar para as 48 horas em vez das 40 horas, isto terá um impacto nas relações familiares bastante negativo se tivermos em consideração que hoje em dia os pais pouco tempo ou nenhum têm para estar com os filhos. No entanto é bom não esquecer os "100 Compromissos para uma Política da Família" que surgiu de uma iniciativa apresentada pelo Primeiro-Ministro na sessão comemorativa do X aniversário do Ano Internacional da Família, no Teatro Nacional Dona Maria II, em Lisboa e que dizia entre outras coisas o seguinte: "A Família constitui uma célula fundamental e um valor inalienável da sociedade, assim reconhecida pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e pela Constituição da República Portuguesa, factos que atestam da importância que a mesma assume no desenvolvimento da Pessoa Humana. Por isso, é essencial conceber e desenvolver de forma integrada, global e coerente uma política de família adequada que contribua para o desenvolvimento pleno das suas funções específicas no seio da sociedade. Na realidade, a Família constituiu desde sempre o espaço privilegiado de realização da pessoa, de transmissão de valores e interinfluências e de reforço da solidariedade entre gerações, o que torna evidente a importância de se prosseguirem políticas que promovam as potencialidades da família, que respondam às necessidades existentes assegurando-se a sua realização concreta. Neste contexto, é dever do Estado cooperar, apoiar e estimular a promoção da instituição familiar..." Ora, perante os 100 compromissos para uma politica de familia, assumidos pelo Sr. Primeiro Ministro como trave essencial no desenvolvimento da sociedade actual, como é que agora vem defender o contrário com uma politica de maior afastamento familiar e maior permanencia no local de trabalho? É caso para dizer que isto é dar umas no cravo e outras na ferradura...

1 comentário:

O Micróbio II disse...

"A Família constitui uma célula fundamental e um valor inalienável da sociedade, assim reconhecida pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e pela Constituição da República Portuguesa, factos que atestam da importância que a mesma assume no desenvolvimento da Pessoa Humana"... pois, e eu sou o Rei da Rússia! Espera só um bocadinho que eu vou ali a um qualquer hospital assistir a mais um aborto inteiramente subsidiado pelo Estado...