27/04/2009

É o chamado 3 em 1

Da nova edição do Jornal/Revista do 24 horas retirei esta noticia para que perdure imortal nos arquivos do oceano. Não é pela Vanessa Fernandes mas sim pelo 3 em 1 que só demonstra o estado da educação em Portugal. Já não faltavam as novas oportunidades como agora também nos foi anunciado que o Governo vai colocar como obrigatória a permanencia dos alunos pelo menos até ao 12.º ano, mesmo que contrariados e mesmo que a sua mente não dê para isso, agora desta já não se escapam. Antes do 25 do 4 de 74 a educação era só para alguns e Salazar foi acusado de limitar o País nesta matéria, agora passados 35 anos com estas medidas do CNO e da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano, o que é que nos apraz dizer? É ou não é facilitismo? Fazer 3 anos em apenas 1 e segundo esta noticia nem sequer existem aulas basta para tal fazer uns trabalhitos de casa, é ou não é injusto? Perante tanta rebaldaria apetece perguntar para onde querem levar o País? Querem que seja um país de estatisticas e numeros? Que educação é esta?

5 comentários:

Anónimo disse...

Para dizer tamanha barbaridade, deixo-lhe uma pergunta: e que diz do exame de português e de matemática do 12º ano que permite aprovação correspondente ao 10º, 11º e 12º dessa essa disciplina apenas com a matéria do 12º ano?
Tinha aqui um bom caso do 3 em 1, mas deve-se ter esquecido!

Anónimo disse...

Será que somos todos iguais? nem as máquinas que saem das fábricas são todas iguais: algumas saem da linha de fabrico com defeito. senão para que serve o controlo de qualidade?

As reprovações nas escolas públicas vão ser gradualmente banidas e a tendência será a de que ao fim de 12 anos de escola todos os alunos possam ter o 12.º ano de escolaridade, fazendo subir com isso os índices de escolarização dos portugueses. O nível de conhecimentos adquiridos será inevitavelmente muito baixo, mas o que importa são as ESTATÍSTICAS, e assim Portugal poderá figurar "orgulhosamente" na lista de países com maior número de anos de escolaridade.

O 12.º ano vai ser em breve a escolaridade mínima obrigatória. Embora os jovens passem a sair do sistema de ensino com poucos conhecimentos académicos, pelo menos, enquanto por lá andam também não figuram nas estatísticas dos desempregados, o que também é bom para as tais ESTATÍSTICAS.

Assim, o facto de virem a exibir o certificado de habilitações do 12.º ano deixará em breve de dar qualquer indicação às entidades empregadoras relativamente às reais qualificações dos jovens que então vão sair das escolas e, em consequência, terão que ser as entidades empregadoras a testar os conhecimentos dos candidatos aos empregos que oferecerem. Não começaram já a fazê-lo há algum tempo?

Os alunos que frequentarem as escolas públicas poucas possibilidades terão de atingir os necessários conhecimentos para prosseguirem os estudos. Assim, os pais que desejem para os seus filhos um curso superior terão que começar a consciencializar-se desde já que a escola pública não será o caminho aconselhável para a preparação dos seus filhos, mesmo que sejam crianças inteligentes e interessadas. O ambiente não será o melhor para que tenham sucesso por vários motivos:

1.º) na mesma sala coexistirão muitos alunos com fracos conhecimentos, porque não havendo reprovações, não haverá necessidade de empenho, nem nos estudos, nem na assiduidade às aulas;
2.º) com o fim do ensino especial terão por colegas jovens com deficiências várias: auditivas, de comunicação e até psíquicas;
3.º) nem todos os jovens são iguais: há génios, mais ou menos inteligentes e até jovens com capacidade de aprendizagem muito limitada. Mas a escolaridade obrigatória é para ser conseguida por todos eles. Quem não a conseguir nunca será um verdadeiro cidadão e poderá nem ter acesso a tirar uma simples carta de condução para ser um mero distribuidor de bilhas de gás.
4.º) porque todos os jovens são obrigados a frequentar a escola enquanto menores, mesmo que por ela não revelem qualquer interesse, terão por colegas outros jovens que apenas por lá andam porque o sistema a isso os obriga. Alguns deles utilizam a escola, os colegas e até os professores para se divertirem, gozando-os e boicotando as aulas.

Enfim, o Ensino vai de mal a pior!

Zé da Burra o Alentejano

Anónimo disse...

EUREKA! descobri a maneira de reduzir o nº de desempregados. Em breve Portugal vai reduzir o número de desempregados, para isso deverá aumentar a escolaridade obrigatória para todos os portugueses até aos 30 anos de idade. Até essa idade serão estudantes e não figuram nas estatísticas de desempregados, além disso serão precisos mais professores (mais empregos!).

Pato Sábio (PS)

O Micróbio II disse...

Alguém me sabe responder a esta pergunta: quantas horas de matemática tem um aluno no 7º ano? No 8º ano? e no 9º ano? E nas novas oportunidades, quantas horas têm? Só quem desconhece a realidade das novas oportunidades é que pode falar em "3 em 1"... repito o convite que já fiz por aqui algumas vezes: sou mediador de um curso EFA de equivalência ao 9º ano numa entidade formadora na Guarda... apareçam por lá e eu mostro-vos in loco as facilidades e o facilitismo de que tanto gostam de apregoar!

Anónimo disse...

Tão inteligentes que eles são: não são capazes de passar de ano na escola normal e depois fazem tudo de repente nas "novas oportunidades". Fazem-le lembrar as vacas da quinta: quando as vão ordenhar não dão leite todo porque guardam algum para o bezerro.

(PS) Pato Sábio