12/01/2010

Em Almeida apagaram mais de cinco mil anos de História

Este é mais um acto como tudo na vida. Há quem se interesse por defender o que de melhor temos em Portugal e há aqueles que só estão bem a estragar e a vandalizar...e, sentem-se bem a fazer essas coisas.
Painel descoberto em 2002, pertencente ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, foi totalmente vandalizado por desconhecidos.
Pinturas rupestres com cinco mil anos, encontradas em 2002 na área da Freguesia de Malhada Sorda, Almeida, foram destruídas por desconhecidos, segundo fonte do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). De acordo com o arqueólogo e pré-historiador de arte do PAVC, António Martinho Baptista, o sítio era constituído por dois painéis verticais em granito, "ambos decorados com pinturas pós-glaciares em tons de vermelho" que foram "apagadas". "A mais interessante figura" do conjunto era "uma figura zoomórfica em estilo seminaturalista, a fazer lembrar algumas das representações do Côa e até do Tejo". "Esta figura parece ter representado uma cerva", mas "a presença de uma longa cauda levou inicialmente à sua classificação como um equídeo, o que a tornaria ainda mais rara no contexto da nossa arte esquemático-simbólica", explicou. A figura pré-histórica "foi completamente destruída, tendo sido lavada e repicada com a clara intenção de a fazer desaparecer, o que de facto foi conseguido", disse, considerando que se trata de um "crime de lesa-arqueologia", já que os seus autores "apagaram mais de cinco mil anos de História". António Martinho Baptista, que foi director do extinto Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART), relatou que o achado estava em "duas pequenas rochas" que constituam uma espécie de "abrigo" e foi encontrado por um casal residente em Malhada Sorda. Referiu que após uma primeira deslocação que fez ao sítio, em 2002, "os dois painéis ficaram a aguardar uma melhor oportunidade para o seu estudo", oportunidade que já não se verificou dada a sua destruição. Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro, disse que teve conhecimento do sucedido através do casal de Malhada Sorda que fez a descoberta e que "de imediato" comunicou o caso ao PAVC. "Da parte da autarquia nada mais havia a fazer, a não ser denunciar a situação às autoridades competentes, neste caso o PAVC", referiu, lamentando a "perda irreparável" para o património histórico do concelho.
in - http://aeiou.expresso.pt/pinturas-rupestres-com-5-mil-anos-destruidas-em-almeida=f530358

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