15/01/2010

Região - Burlões apelam à solidariedade por telefone

Dez euros, enviados por vale postal, com vista a ajudar uma criança que precisa de uma cadeira de rodas ou que está à espera de realizar tratamentos fora do país. É este o pedido que desconhecidos têm feito a diversos viseenses, telefonando-lhes para casa, apelando à solidariedade para com os mais necessitados. No entanto, muitas das pessoas que foram contactadas desconfiam de que estão perante uma burla. "Uma mulher ligou-me para casa e explicou que estava a realizar uma campanha de solidariedade. Nunca se identificou e contou a história de uma menina de 4 anos com problemas de medula óssea que estava à espera de fazer tratamentos à base de células estaminais, perguntando se estava interessado em contribuir com dez euros. Quando comecei a fazer mais perguntas e disse que ia falar com a minha família, a mulher simplesmente desligou a chamada", contou um dos viseenses que foi contactado.Ao que conseguimos apurar têm sido feitos telefonemas semelhantes um pouco por toda a região. Em Santa Comba Dão, por exemplo, a abordagem terá sido muito parecida. A única diferença era que o dinheiro se destinava à compra de uma cadeira de rodas para um menino. "Achei estranho pedirem 10 euros, porque normalmente dizem que cada um dá o que pode e não exigem valores específicos", explicou uma das pessoas abordadas. "De seguida disse que ia enviar uma carta com o endereço para onde deveria ser enviado o vale postal, no valor de 10 euros. Quando recebi a carta não liguei, mas sei de pessoas que foram aos Correios com a vontade de ajudar e enviaram os tais 10 euros e nem sabem se o dinheiro foi mesmo para a suposta acção de solidariedade", referiu a mesma fonte.Fonte das autoridades adiantou que ainda não foram recebidas queixas relativas a burlas, mas admitiu que se pode estar perante um esquema fraudulento que permite aos burlões recolherem dinheiro de pessoas inocentes que apenas têm o desejo de ajudar. Além disso, o "modus operandi" utilizado evita que haja um contacto directo com a vítima da burla, dificultando assim o trabalho das autoridades quando estas tentarem identificar os alegados burlões.
JF

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