27/06/2007

Compreender os impactes do envelhecimento - II

Abordagem crítica da análise demográfica do envelhecimento
O primeiro dos pontos de vista é o que proporciona a perspectiva científica da demografia sobre o envelhecimento das populações, um ponto de partida essencial para a formulação problemática da velhice na actualidade. É do conhecimento geral que o envelhecimento das populações, que se processa já a um ritmo acelerado, tem tendência a acentuar-se, não só no topo, com o aumento dos mais velhos, mas também na base, com a redução dos mais novos. Esta "involução demográfica" enquadra-se na tendência dominante da dinâmica das populações dos países desenvolvidos e, a seu tempo, da população mundial. Um tal processo representou uma verdadeira revolução demográfica com efeitos no equilíbrio proporcional dos grupos etários. A tendência, que se tem manifestado de forma crescente, é para um desequilíbrio considerável entre as gerações, ou seja, o aumento dos mais velhos é relativamente empolado pela redução dos mais novos, contribuindo, desse modo, para o agravamento do desequilíbrio intergeracional. Ao longo deste século fomos passando de um sistema demográfico tradicional para um sistema demográfico moderno, período ao longo do qual a mortalidade desceu a níveis nunca antes registados e o declínio da fecundidade ultrapassa já os cenários mais pessimistas das projecções demográficas. O excessivo declínio da fecundidade, que ocorre em alguns países europeus — os países de sul da Europa, Alemanha e Áustria —, é preocupante em relação ao equilíbrio futuro das gerações. Há casos, como o das populações italiana e espanhola, onde a fecundidade desceu para, aproximadamente, uma criança por mulher, ou seja, metade do necessário à renovação das gerações.A redução crescente dos nascimentos equivale à redução das proporções de jovens, enquanto o aumento relativo dos restantes grupos etários irá, a médio prazo, afectar de novo o equilíbrio intergeracional pela correspondente redução dos jovens adultos e dos adultos activos. Este segundo impacte do declínio da fecundidade, ao contrário do primeiro, que proporcionou a redução dos encargos públicos com a educação, interfere directamente nos fluxos das quotizações da população que contribui para o sistema. São mais inactivos a receber e menos activos a quotizar-se, estes tendo que contribuir com uma parcela maior dos seus rendimentos para garantir o funcionamento do sistema.
(continua...)

Recomendo a leitura do artigo em link com o titulo "Incentivos promovem a natalidade na beira interior"medidas de vários concelhos contra a desertificação.

2 comentários:

O Micróbio II disse...

Gostei de ver os incentivos à natalidade que se promovem cá pela região... o governo local subsidia nascimentos, o governo nacional subsidia os abortos... interessante!

LS disse...

essa é que é essa