Segundo Cavaco Silva, este cenário vai «obrigar a pensar seriamente sobre as políticas de natalidade» frisando que se trata de algo que «não encontra precedentes na história do país». Em 2050, «a população idosa e o seu peso relativo na Europa dos 25 deverá duplicar, subindo dos actuais 20 para 40 por cento do total da população. «Se estes números representam um grande desafio para a União Europeia, muito maior o será para Portugal, sobretudo se a tendência demográfica - que em nada se afasta do padrão europeu - não for acompanhada do crescimento da riqueza, a um ritmo necessariamente superior ao actual». É necessário que Portugal se prepare para este fenómeno e não se trata apenas de pensões! Estamos a falar de um modelo social que passa pela família, pelos equipamentos da terceira idade, por um sistema de saúde que, também ele, terá de enfrentar novos desafios colocados pelo envelhecimento. O Presidente da República, assinalou que a pobreza, a miséria e a exclusão não são fenómenos novos, mas frisou que «são novos os contextos em que se desenvolvem», atingindo novos grupos sociais. Por muito que seja necessário inverter este cenário do envelhecimento e da desertificação, é necessário antes de mais, criar condições de vida mais favoráveis ao desenvolvimento da sociedade. Hoje, feitas as contas áquilo que um português recebe em média por mês se retirarmos o valor pago em impostos desse mesmo mês, provavelmente vamos chegar à conclusão que não nos podemos "aventurar" noutros voos, porque o dinheiro não chega para tudo. Há que criar condições e incentivos para o aumento da natalidade, quiçá, através de uma redução de certos impostos a jovens casais com menos de 35 anos de idade. Não quero com isto dizer que devemos partir através dos incentivos para uma politica de Baby Boom como já alguém me referiu como sendo uma solução positiva para este grande problema da baixa taxa de natalidade, até porque, um bom exemplo para explicar que um Baby boom não é tão bom quanto se pensa, é imaginar o futuro destes Baby Boomers:
1º Vai resultar daí muita gente para pouco emprego forçando o crescimento demasiado de centros urbanos
2º Muitos reformados para poucos contribuintes, queda da aposentadoria e revolta da população.
Serve esta explicação para dizer que, não sendo fácil resolver este problema da fraca taxa de natalidade no nosso País, deve-se desde já começar a pensar em estratégias para inverter a situação, até porque, tal como disse no inicio, num prazo de 10 anos vão haver localidades que ficarão desertas.
3 comentários:
Natalidade e a Segurança Social
Dizem alguns que a fraca natalidade portuguesa põe em risco o futuro da Segurança Social por dificuldade de substituição da população activa, o que implicará uma redução das contribuições para a SS. Contesto a afirmação: a baixa natalidade acontece nos países desenvolvidos (Luxemburgo, França, Alemanha,...) há muitas dezenas de anos e essa teoria nunca se confirmou e, pelo contrário, são os países com a população mais jovem (países africanos em geral) em que a miséria é maior. Também há países cuja população é quase exclusivamente composta por imigrantes e seus descendentes: EUA, Canadá, Austrália... Também não estão entre os mais pobres.
Com a actual taxa de desemprego, em que não há empregos para os jovens que temos, porque será que acham que deveríamos ter mais? Se mais filhos tivessemos maior seria o número de desempregados. A eventual falta de mão de obra (qualificada ou não) pode ser e é facilmente suprida com a aceitação de imigrantes. Portugal sabe-o muito bem.
A reposição da força de trabalho com recurso aos nossos filhos, embora louvável, implica um investimento de vinte e tantos anos: entretanto, tanto os pais como o país terão que prestar-lhes cuidados vários: alimentação, vestuário, lazer, saúde, educação e formação profissional. Quanto aos trabalhadores imigrantes, esses custos foram suportados pelos seus pais e pelos países de origem, por isso, vêm aptos para, de imediato, começarem a trabalhar e a descontar para a Segurança Social. Só por isso, ficam mais económicos ao país de acolhimento. Aliás, não temos nós já cerca de um milhão de imigrantes? Se quisermos poderão vir ainda mais e não faltarão candidatos. Porém, a imigração para Portugal deveria ser feita de forma selectiva, de acordo com as nossas necessidades. Não há risco de falta de mão de obra, pois todos sabemos que há países com excesso de população e outros sem trabalho para a sua população.
Muitos dos imigrantes nem irão sequer esperar para beneficiarem dos descontos feitos para a SS, porque o seu objectivo é juntarem alguns milhares de “euros” e regressarem aos seus países de origem, trocá-los por moeda local e construírem aí então o seu sonho e futuro. Portugal como país de emigrantes sabe bem disso. Que fizeram muitos dos portugueses que há algumas décadas emigraram para a França e Alemanha?
Assim, levantar-se este problema apenas tem um sentido lógico: o de convencer os portugueses a prescindir das poucas ajudas da Sociais, aumentar a idade das reformas para que os trabalhadores morram antes das atingirem sem beneficiar dos descontos feitos. Enquanto se continua a impedir o acesso ao trabalho aos jovens fala-se em fraca natalidade???
A Internet é um mundo fantástico que embora permita o pluralismo das ideias também permite o pluralismo das ignorância proliferante
1º A França não está à beira do abismo. Com os seus invejáveis 1.9 filhos por mulher em idade fértil
2º Sim o risco é evidente e nada parece indicar que a entrada imigrante no País modifique o cerne da questão
3º A população portuguesa envelhece frustrada porque todos os casais sonham ter mais filhos e não podem
4º O desemprego é um problema de ordem diferente que diz respeito à irrealidade da estratégia nacional de formação profissional.
5º repor gerações não é necessariamente sinonimo de importação de pessoas.
6º os incentivos e a alteração dos paradigmas sociais e empresariais são a resposta a longo prazo para este problema.
1- A França (como outros países desenvolvidos)é um país com muitos milhões de imigrantes, uma boa parte deles portugueses. Em Paris encontram-se portugueses "em cada esquina". Paris é a 3.ª cidade portuguesa (quero dizer em número de cidadãos portugueses)
2 - Qual risco qual quê. A taxa de desemprogo é a 3.ª maior da UE. Se não conseguimos criar empregos para os jovens portugueses, porque deveriam ser mais? mais desempregados?
3- É verdade que os pais portugueses gostariam de ter mais filhos, mas com responsabilidade. Não basta a reprodução há que facultar-lhes durante cerca de 20 anos educação, saúde, lazer,..., e prepará-los para o futuro!
4- O Desemprego é um problema de estratétia e formação profissional, de que os nossos governantes são os últimos responsáveis, porque fomentaram cursos sem saídas profissionais.
5 - Repor gerações pode querer dizer importar cidadãos: os países mais desenvolvidos do mundo têm-no feito. Lamento, mas não concordo consigo!
6 - Não compreendo esta parte. Deve ter que ver com o paradigma do "oceano de palavras"???
Saudações!
Zé da Burra o Alentejano
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