Ainda hoje José Sócrates deve arrepender-se daquele maldito cartaz. Numa altura em que a vitória nas eleições legislativas já era um facto (quase) adquirido, a promessa de criar 150 mil empregos em quatro anos revelou-se irresistível. Não era talvez necessário ir tão longe face ao descrédito do PSD, mas Sócrates, no meio de uma campanha eleitoral recheada de generalidades, sentiu a necessidade de ser um pouco mais concreto e prometeu aquilo que dificilmente será capaz de cumprir. Nas próximas eleições, daqui a dois anos, muito do que se disser andará à volta deste cartaz e do seu falhanço. Pouco se falará da reforma da administração pública – ainda titubeante, mas já no terreno – ou do facto de este Governo ser mais focado do que os anteriores na criação de condições de desenvolvimento económico do país. O desemprego e aquele magnífico cartaz serão as estrelas do debate – ao lado da saúde.
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