Para que é que meia dúzia de carólas perdem tempo a apelar ao turismo em Seia?

Seia foi hoje visitada por milhares de turistas. Sim porque se multiplicarmos 30 autocarros por 50 pessoas, dá 1500 turistas. Não é verdade? Esses mesmos autocarros puderam ser vistos parados no parque da feira e na zona envolvente ao pavilhão municipal. Os turistas percorreram toda a manhã a avenida 1.º de Maio, a qual, pasme-se, sendo uma zona tradicionalmente de comércio, apenas tinha à disposição dos visitantes uma loja de venda de queijos e um café. Para quem não conhece, a avenida 1.º de Maio é a única que Seia tem e comércio existente nesta mesma avenida, vai desde venda de roupa, passando por lojas de fotografias, lojas de venda de óculos, lojas do euro e meio, pastelarias, restaurante, entre tantas outras que somadas dão nada mais nada menos que 13 lojas. Turista que se preze e que venha aos domingos a Seia apenas é convidado por estes comerciantes a beber um cafézito e a comprar um queijito e já se dê por contente, porque mesmo que queira almoçar, comprar uma maquinazita fotográfica daquelas descartáveis para levar uns recuerdos da nossa terra, não pode, mesmo que queira comer um bolito também não pode porque a pastelaria está fechada, e assim por diante conforme o comércio existente. Não é por acaso que muitos diziam hoje de manhã nas ruas de Seia que aqui não se passa nada, para o ano vamos para a Covilhã, aqui está tudo fechado. Várias questões se podem levantar: Será que os nossos comerciantes andam a dormir? Estarão cheios de dinheiro? Facturarão assim tanto durante a semana? Não lhes quero dar muito trabalho, mas não acham que ganhavam alguns cobres se estivessem abertos aos domingos pelo menos da parte da manhã? Será que não vendiam uns almoços? Será que não vendiam uns rolos fotográficos ou máquinas? Será que não vendiam algumas peças de roupa? Será que não vendiam alguns oculuzitos de sol? Será que não vendiam bolos? Outro pormenor que não pude deixar de reparar atentamente é o facto de muitos destes turistas trazerem a marmita atrás com o almoço. Até aqui tudo muito bem, no entanto a coisa complica-se em dias de chuva, vento e granizo como é o caso de hoje. Vi muitos a comerem em pé encostados aos prédios da avenida com o tacho na mão, porque simplesmente não têm um parque coberto onde pudessem comer pelo menos sem a chuva e o granizo os importunar. Não seria pedir de mais que pelo menos aos domingos o pavilhão municipal estivesse aberto para as pessoas irem para lá comer, ou é? Pelo menos já não iam daqui tão queixosos...

Tudo isto me faz pensar que afinal andam aqui meia dúzia de carólas através da internet e de artigos nos jornais nacionais a apelar ao turismo na nossa região com resultados visiveis porque este ano têm vindo mais turistas e isto deve-se a estes carólas, mas por outro lado chegam cá e NADA ENCONTRAM...Já estou como dizia o outro: "é triste meus senhores".