16/07/2008

Entrevista com...João Carreira

ENTREVISTA EXCLUSIVA

LORIGA em análise


Luis Silva (LS) – O que o levou a criar um blog sobre a sua Freguesia de Loriga?
João Carreira (JC) -
Caro Luís Silva, primeiro de tudo, Muito Obrigado pelo convite. Li todas as entrevistas até agora e achei-as bastante interessantes, até porque acho que todos responderam sinceramente. A iniciativa é bastante interessante e de louvar. Espero também que sirva para estimular o confronto e o saudável surgimento de ideias sobre uma zona que todos amamos. Quanto à questão, o meu blogue surgiu não só para divulgar Loriga e a Serra da Estrela, mas também para estar em contacto com familiares distantes. Os meus avós maternos, por quem fui educado, tiveram 13 filhos. A minha avó teve 13 irmãos e 9 tios. O meu avô teve 5 irmãos e toda a descendência destes tios vive no Brasil, por isso o blogue tem algumas mensagens muito pessoais; para matar a saudade.

LS – Considera que o Concelho de Seia em geral e Loriga em particular é hoje mais divulgada a nível nacional e internacional devido á existência dos sites e blogues que por cá proliferam?
JC - Sim, creio que sim. Há imensa gente do Concelho de Seia que emigrou e continua a emigrar e que procura estar, através da Internet, mais perto da sua terra sabendo notícias e novidades. Nisso o Concelho de Seia está bastante à frente de muitos lugares. Basta salientar, e não citando tantos outros exemplos, o empenho de terras como a Cabeça ou a Lapa dos Dinheiros na divulgação das suas terras; para não falar de Loriga e de Seia. A gratuitidade da Internet ao cidadão comum é igualmente muito importante, não só para estreitar os laços familiares, mas também para criar amizades e difundir o Concelho. Cada pessoa é um embaixador da sua terra.

LS – Sendo uma região eminentemente turística o que faz falta à Freguesia de Loriga para atrair ainda mais turismo?
JC -
Tem sido grande o esforço e o risco das pessoas em lançarem vários estabelecimentos dedicados ao turismo e à hotelaria. Julgo que com bons resultados, embora com elevados custos. Em Loriga, falta um estabelecimento hoteleiro de relevo que atraia e revele as belezas da região. Falta um posto de turismo ( já há planta) e penso que os vários Presidentes da Junta têm feito tudo o seu melhor para atraírem turismo. O fundamental é não deixar envelhecer a população, nem a deixar fugir, atraindo empresas e ajudando os jovens a terem o prazer de viver em Loriga. Julgo que as pistas de esqui, nos baldios de Loriga, serão sempre um trunfo, mas resta a quem de poder saber gerir bem os valores disponíveis.

LS – O que está bem feito em Loriga e quais os grandes problemas que ainda persistem? Quais as entidades empregadoras actuais na freguesia?
JC -
O esforço do saneamento e de obter níveis razoáveis de água à população são uma notável vitória da população de Loriga e da Junta de Freguesia. O crescimento habitacional e o planeamento não tem sido tão bem geridos e têm resultado até no estreitar de ruas, anteriormente mais largas. A saúde, ou melhor, a falta de um médico permanente é uma tragédia em Loriga. Infelizmente, para além de um pouco de comércio e hotelaria, toda a indústria centenária de lanifícios, desaparecida, originou uma valente migração e emigração. A panificação surgiu em força e com vitalidade, devido à personalidade empreendedora dos proprietários da Loripão. O mesmo aconteceu com os Têxteis Pinto Lucas e a indústria metalúrgica Vaz Leal, SA, antiga e com excelentes profissionais. Mas só resta isto e várias ruínas de fábricas.

LS – Como vê hoje a situação actual de Loriga no panorama local e concelhio?
JC - Muito falta para voltar a ser a Loriga da minha infância ao som de gente constantemente a correr na rua vindo e indo para as fábricas ao som das sirenes. Nada volta para trás. Loriga e outras terras do Concelho agonizam, esvaziam-se e envelhecem e seria bom que todos se unissem e criassem objectivos para inverter a situação que não só existe no Conselho de Seia, mas também em todo o Interior. Infelizmente, o poder central tem carregado bastante o poder local; que se vai contentando com uma fiscalização aparentemente menos exaustiva de contas.

LS – Ao nível político. Enquanto cidadão acha que o concelho está a ter o desenvolvimento que deve ter, ou, há mais para fazer e o quê?
JC - Ao nível político voto fora do Concelho. Politicamente sou militante do PSD, mas apenas posso observar o Concelho com a visão de quem vive de fora. Julgo que os Presidentes do Município e das Juntas de Freguesia têm a vantagem competitiva do lugar e fazem obrigatoriamente obra. Devem os cidadãos julgar depois a obra feita. Os resultados, pelos números apurados, têm sido uma enorme derrota do PSD e deve o PSD encontrar em si os motivos da derrota, se resultam de fraquezas suas ou de aspectos positivos de quem está no poder. O desenvolvimento é o que o Estado permite; e o que a imaginação e o empreendedorismo de alguns consegue. Pessoalmente, julgo que tem sido muito pouco, cabe a todos avaliar as razões e superar as causas.

LS – Vem aí a FIAGRIS. O que representa para Loriga esta Feira? Vai haver algum stand da Freguesia nesta feira?
JC -
Todos os acontecimentos onde Loriga ou qualquer outra localidade do Concelho possa mostrar os seus valores, costumes, tradições e principalmente potencialidades devem ser intensamente aproveitados. As candidaturas para a FIAGRIS terminaram no final de Maio e eu, por não viver em Loriga, desconheço se haverá algum pavilhão. Pessoalmente gostaria que sim e que fosse aproveitado pelos empresários locais para difundirem os seus produtos e que a Junta de Freguesia também aproveitasse para dar a conhecer a terra. Julgo que a FIAGRIS é excelente iniciativa e vitória das pessoas de Seia.

LS – Por último. Fale-nos um pouco sobre as Instituições que existem na Freguesia.
JC - As instituições sociais em Loriga são de uma relevância notória. O lar de Terceira Idade manifesta o profundo empenho da Paróquia de Santa Maria Maior de Loriga e dos vários reverendíssimos padres que a ela têm dado o seu tempo, o seu empenho e a sua acção. A Associação de Apoio à Terceira Idade é também, de igual forma um excelente exemplo de união das pessoas. O Grupo Desportivo de Loriga, manifesta o que de melhor une as pessoas e constitui, para muitos, uma segunda família. O mesmo se poderá dizer sobre a Cooperativa Popular. A Banda Filarmónica de Loriga é uma escola de talentos e a melhor das embaixadoras. Os Bombeiros Voluntários crescem a olhos vistos e esforçadamente. Até as pessoas que constituem a Escola Secundária Dr. Reis Leitão se dedicam com alma na divulgação da cultura e na educação dos mais novos. Fora de Loriga é de salientar a ANALOR e o Centro Loriguense de Belém do Pará, no Brasil.

Eu é que agradeço imenso pela participação !!!

2 comentários:

O Micróbio II disse...

Loriga em grande...

Anónimo disse...

Foi talvez com um pouco de emoção,porque a isso nao posso fujir...que li a entrvista.Já dei os parabéns e volto a repetir.Espero, que quem de direito têm,nao se fique só pelas opiniões,que passem aos actos,eu sei que é dificil...e complicado.
Vou aguardar a da minha terra S.Romão.
Saudações
Elisabete Correia