Provavelmente, um dos mais terríveis desastres naturais na Europa foi o terramoto que destruiu Lisboa - uma das mais bonitas cidades do Velho Continente - no dia 1 de Novembro de 1755. Houve três grandes terramotos: o primeiro foi o maior, às 9:40 da manhã. Seguiram-se outros dois, às 10:00 e ao meio-dia. O choque principal durou seis a sete minutos, uma duração extraordinariamente longa. Em cerca de seis minutos morreram 30.000 pessoas, a maioria dos edifícios públicos ruiram, bem como cerca de 12.000 habitações. Era um dia de culto, donde grande parte das perdas humanas ocorreram nas igrejas. Os incêndios que entretanto deflagraram um pouco por toda a zona da cidade que havia sido afectada, foram alimentados durante cerca de uma semana. Ainda hoje podemos ver reflexos da devastação de há 250 anos, em locais como o Convento do Carmo e a Sé. O gosto de revisitarmos a nossa história é hoje facilmente ultrapassado pelo mediatismo de acontecimentos de larga escala, mas de curta memória. É a vida.
Quadro a óleo, 1760
Largo de Santa Catarina, perto do bairro Alto, uma das sete colinas de Lisboa.
Os feridos aglomeram-se junto à igreja, severamente destruída.
Earthquake at Lisbon, 1755
Em 1756, Voltaire afirmava que "all for the best" dita em sentido lato, sem ter em conta a esperança no futuro, era um insulto à nossa pobre existência.
Escreveu então o Poème sur le désastre de Lisbonne que gerou alguma polémica, alimentada por Jean-Jacques Rousseau, que o acusou de unicamente proferir tal afirmação na qualidade de intelectual privilegiado; fôra Voltaire camponês e a conversa seria outra.
Hoje prova-se que Rousseau estava enganado.
Os media contribuem enormemente para a solidariedade entre os homens.
Convento do Carmo, antes do Terramoto de 1 de Novembro de 1755
Mandado edificar por D. Nuno Álvares Pereira no século XIV, começou por ser um convento carmelita.Na cerca, foram construidas celas minúsculas, destinadas a acolher os frades que vinham de Moura.A cela do Santo Condestável ficou conhecida como "Casa do Século".Por consequência do Terramoto, vários conventos foram destruídos; O fervor religioso regista também um forte abalo, culminando na expulsão e extinção das Ordens Religiosas, ordenada por Joaquim António de Aguiar, em 1834.De traço gótico, foi parcialmente destruído pelo Terramoto de 1755; Nunca tendo sido totalmente reconstruído, resta hoje o Claustro - de planta rectangular - e parte das ogivas da coberta.
1 comentário:
A letra não devia de ser amarela! MAl se lê!
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