21/10/2005

HOSPITAIS: falta de higiene nos refeitórios

A falta de higiene e de conservação são problemas de algumas refeições, servidas a doentes e a funcionários, que a revista PRO TESTE analisou em 21 hospitais de Norte a Sul do país. É nas saladas, devido a má preparação e conservação, que reside o maior problema. Porém, a higiene dos utensílios e dos locais onde são manipulados os alimentos, bem como a higiene pessoal dos funcionários também deixam a desejar.

Os resultados são preocupantes, apesar de não terem sido detectados germes patogénicos em valores potencialmente perigosos. Foi na zona dos doentes, onde os cuidados deveriam ser redobrados, que a PRO TESTE encontrou mais problemas.

Muitos factores influenciam a higiene e conservação das refeições. Um deles é a lavagem das mãos dos funcionários, onde foram detectados alguns microrganismos reveladores de má higiene.

Ao nível das instalações, o panorama é mau. Portas, janelas e casas de banho sujas, sistemas de exaustão e ventilação inadequados, paredes mal conservadas e água no chão, entre outros, são o cenário vivido em alguns hospitais.

Embora a sopa, a carne e o peixe tenham, pontualmente, alguns problemas de higiene e conservação, as saladas revelam maiores defeitos. Algo que poderia ser resolvido com uma desinfecção correcta na lavagem, através de algumas gotas de lixívia ou pastilhas desinfectantes.

Do ponto de vista da composição, as refeições analisadas também têm algumas imperfeições. Os fritos estão presentes de forma exagerada e os legumes estão em défice.

Fiscalização mais eficaz das refeições é preciso
Para combater as lacunas encontradas, a Direcção-Geral da Saúde, tutelada pelo Ministério da Saúde, bem como os próprios hospitais, têm de assegurar uma fiscalização mais eficaz das refeições, reivindica a DECO. Afiançar a qualidade destas não se limita ao controlo, por exemplo, da higiene do pessoal que contacta com os alimentos, mas é algo mais vasto. Deverá ter-se em consideração a estrutura das cantinas, o equipamento, as instalações sanitárias e os vestiários, entre outros factores.

É preciso que as administrações dos hospitais tenham consciência dos problemas. Melhorias fáceis de implementar, como maior limpeza e algumas obras, resolveriam certos problemas detectados.

Guardar amostras dos alimentos fornecidos deveria ser uma prática alargada a todos os hospitais, pois é uma forma de facilmente identificar a causa de uma intoxicação alimentar, por exemplo. Vários hospitais incluídos no estudo da PRO TESTE (Pediátrico, Infante Santo, SAMS, Distrital de Faro e São Francisco Xavier) informaram-nos seguir esse procedimento.

É urgente que os hospitais revejam as temperaturas de conservação, o modo de confecção e os cuidados básicos de higiene, pois a situação encontrada ficou aquém das expectativas. Muitas das falhas encontradas resultam da falta de conhecimento dos funcionários envolvidos. Por isso, os responsáveis das cantinas deveriam apostar na formação profissional.

Algumas administrações hospitalares demonstraram já todo o interesse em melhorar as falhas ao nível da higiene e do equilíbrio alimentar. Aliás, após terem tido conhecimento dos resultados do estudo, três estabelecimentos (Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, Hospital da Ordem da Lapa, no Porto, e Centro Hospitalar de Coimbra) avisaram a DECO PROTESTE de que tencionam fazer obras.

1 comentário:

Menina Marota disse...

Uma verdadeira vergonha!! E bom que haja quem tenha a coragem de denunciar.

Um abraço ;)