O maravilhoso mundo dos blogues

Não é fácil manter um blog.

Actualmente quem o faz, não o faz à procura de protagonismos ou outras meras metas exibicionistas (aqui falo por mim). O maravilhoso mundo dos blogues, que, inicialmente surgiu com a finalidade única do autor escrever os seus devaneios num género de diário, assumem-se de formas e conteúdos diferentes conforme os países de origem dos autores. Viajando até ao Brasil e após a consulta de meia dúzia de blogues daquele país, podemos verificar que os autores escrevem sobre festas, sábados à noite com os amigos (onde aproveitam para colocar fotografias), música e futebol, utilizando os seus diários para fazerem novos amigos e se possivel marcarem encontros para "paqueirar" outros tantos e tantas. Rumando ao Iraque e após a consulta de outra meia dúzia de blogs daquele país, verifica-se que escrevem sobre bombas, mortes, ajudas alimentares e sobre a miséria do povo cada vez mais dependente de países externos, nomeadamente os EUA. Em França escreve-se sobre amor, poesia e música. Em Inglaterra sobre futebol, bares e discotecas e escândalos com a familia real e outras figuras públicas. Em Portugal a generalidade dos blogues escreve sobre politica, corrupção no futebol, suspeição de casos das suas regiões, etc,etc,etc. É aqui que eu próprio começo a discordar sobre a utilização dos blogues no país. Tudo depende do assunto que se procura, ou melhor, do assunto que a cada um interessa. Se eu quiser ler blogues sobre politica, sei a quais me dirigir, se quiser ler blogues sobre suspeição de tudo e mais alguma coisa, sei onde os procurar, se quiser ler blogues sobre corrupção no futebol sei onde ir procurar. É tudo uma questão cultural e Portugal pela sua tradição é um país de cusquices, aldrabonices, e invejas dos outros. Então, se assim é, aquilo que nos move quando criamos um blog, está directamente relacionado com aquilo que somos, com aquilo que são os nossos interesses e gostos pessoais. Eu pessoalmente, dá-me gosto ler blogues de poesia, ver blogues de fotografia, ler e escutar blogues de música e ver blogs de cinema.Tudo o resto pouco me interessa. Gosto de primar pelos blogues da minha eleição, aqueles que me deleitam com a sua escrita sem erros ortográficos ou gramaticais, aqueles onde posso ver fotografias fabulosas com a qualidade que é impossivel ter num jornal ou mesmo numa revista, bem como tenho os meus blogues de poesia, onde me inspiro por vezes para aquilo que escrevo aqui no meu cantinho. O maravilhoso mundo dos blogues para mim não se fica por aqui. Tenho tido a oportunidade ao longo dos tempos de conhecer gente interessante que por outra via muito provavelmente não era possivel, gente com educação e seriedade, que tal como eu utilizam os seus blogues para ali debitarem o que lhes vai na alma e partilharem as suas ideias com gente na grande maioria das situações, que nem se conhece, o que provoca no escritor uma sensação de partilhar mais e mais e mais, meramente e só por ser diferente. Há no entanto quem não entenda isto, mas é a vida.Uns pensam de uma maneira, outros de outra e temos é de respeitar. E quando há encontros? Maravilhoso. Servem essencialmente para em primeiro de tudo, conhecer pessoalmente aquela pessoa que até comenta as nossas escritas, fotos ou poesias e se torna um companheiro/a diário/a de outro ponto do país que por outra via, volto a referir, era impossivel conhecer. Aqui trocam-se as nossas ideias pessoalmente e respeitam-se mesmo sendo diferentes. Posso dizer seguramente se hoje existe democracia é no reino dos blogues, pois permite-nos trocar opiniões, debater profundamente sobre aquilo que achamos serem os problemas do país, ou da nossa região, permite partilhar e levar mais longe fotografias das nossas terras e desta forma promovê-las, bem como permite descobrir pessoas com elevados conhecimentos em diversas áreas e assim colher os frutos de outras sabedorias, para posteriormente em cada diário contribuir para "passar a palavra" e debatê-la com outro e mais outro e mais outro. Há mais no maravilhoso mundo dos blogues do que possam imaginar.