18/12/2005

O terrorismo também tem história - VII

Terrorismo na Europa
Outra organização que se especializou em ataques terroristas nos anos 70 foi o Exército Republicano Irlandês, o IRA. Ele foi formado em 1919 por grupos da minoria católica que lutavam pela união da Irlanda do Norte à República da Irlanda.Na década de 60, os católicos foram às ruas pacificamente, contra leis discriminatórias impostas pela maioria protestante. Aproveitando o clima de insatisfação, um grupo de militantes relançou o IRA, dessa vez com um verniz ideológico marxista. A fase pacífica do movimento terminou num domingo de Janeiro de 1972, quando tropas britânicas dispararam as suas armas contra os manifestantes, matando 13 pessoas. O incidente, que passou à história como "Domingo Sangrento", desencadeou uma escalada do terrorismo. Durante os anos 70, mais de duas mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas em atentados a bomba patrocinados pelo IRA e nos choques de rua entre manifestantes e forças de segurança. Outros grupos surgiram com fins pacíficos e também foram empurrados para o terror. É o caso da ETA, organização que luta pela autonomia do País Basco em relação à Espanha. ETA,no idioma basco, são as iniciais de "Pátria Basca e Liberdade". Criada em 1959 para difundir a cultura e os valores tradicionais do povo basco, a ETA foi perseguida pela ditadura de Francisco Franco e entrou para a clandestinidade e o terrorismo em 1966. O atentado mais ousado foi realizado em 73, quando a organização explodiu no centro de Madrid o carro em que viajava o primeiro-ministro franquista Luís Carrero Blanco. Na década de 70 houve também a acção de grupos terroristas sem vínculos com lutas democráticas ou de libertação nacional, como o grupo Baader-Meinhoff, na Alemanha, e as Brigadas Vermelhas, na Itália. Eram organizações formadas por intelectuais e universitários que adoptaram a violência em nome de uma genérica "guerra contra a burguesia". Em Setembro de 77, o Baader-Meinhoff ganhou as manchetes dos jornais com o sequestro do industrial Hanss-Martin Schleyer, como pressão pela libertação de presos políticos. Em Março de 78, outra acção espectacular na Europa: o sequestro do primeiro-ministro italiano Aldo Moro, uma acção audaciosa que surpreendeu o mundo. Moro acabou executado pelos terroristas, apesar dos apelos do Papa e da opinião pública internacional.

1 comentário:

Anónimo disse...

Moro acabó "asesinado" por los brigadistas.